quarta-feira, 29 de março de 2017

ACIDENTE AÉREO E CERESP IPATINGA

Postado em dez/2010

Acidente aéreo - Sempre que vejo na mídia noticias sobre acidente aéreo, fico todo arrepiado. Não dá para entender porque as autoridades brasileiras não trabalham duro nessa área, uma vez que esse tipo de acidente tem aumentado consideravelmente, e não é só no Brasil não, é no mundo inteiro.A Noar Linhas Aéreas opera no Brasil há pouco mais de um ano e amarga um acidente dessa proporção, com 16 mortos, uma tripulação inteira, ocorrido ontem, quando fazia a linha Recife/Mossoró, caindo próximo da praia de Boa Viagem. Não será fácil para as famílias das vítimas superarem tantas dificuldades e sentimentos que advirão desse tremendo golpe.


Pior que a morte é a dor que fica no coração de cada um, ao verificar que aqueles com os quais conviveram até então, serão apenas lembranças de um passado recente, e os sentimentos não serão tão facilmente apagados da memória de cada um. Golpes dessa natureza nos leva a meditar sobre os níveis de segurança que vivemos, a exposição diária aos riscos de acidentes de várias espécies, em qualquer lugar, seja no trabalho, na rua, nas estradas, ao divertir e até dentro de casa. O que podemos fazer para nos sentir seguros?


Ceresp de Ipatinga Finalmente a justiça passa pela justiça. Entendendo: se o Ceresp é uma casa de recuperação de detentos, isto é, de quem foi um dia injusto, acaba de receber a justiça, para avaliar até que ponto o Ceresp como instituição para recuperação de injusto, está sendo justa nos seus propósitos.Incrível foi verificar que onde podem ser abrigados 132 detentos, tem mais de 519, vivendo em condições subumanas, conforme vistoria do MP. Além disso, foram encontradas irregularidades na edificação que comprometem não só a segurança de todos os envolvidos, mas também pode facilitar a fuga dos injustos 

terça-feira, 28 de março de 2017

SINAL DOS TEMPOS

Matéria publicada em jun/2005

O Brasil inteiro ficou estarrecido com a noticia bomba do envolvimento do filho de Edson Arantes do Nascimento - o Pelé, com o tráfico de drogas. E não poderia ser diferente, uma vez que, jamais poderíamos imaginar que uma pessoa tão qualificada iria se entregar a este nível de envolvimento, sem que, seus atos e atitudes fossem notados por seus pais e educadores. 

O choro de Pelé visto por milhões de telespectadores em todo o país, deixou para todos uma noção clara de como devem ser administradas as mudanças na atualidade. Quem não ouviu dizer que “Os brutos também amam?” Também podemos dizer que os ricos também são pobres. Partindo do princípio de que é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe, faltou ao Edinho uma formação básica, indispensável, que aprendemos única e exclusivamente quando criança, e que, ao longo dos anos vai se tornando a estrutura de nossa personalidade, de nossa formação cultural. Nossos atos e ações passam então, a ser ditados por esta cultura de berço. Se você teve uma boa formação quando criança, dificilmente será vencido por fraquezas dessa natureza.

Além do fator emocional que o fato gerou em toda a sociedade brasileira, é importante focar o outro lado da questão; é comum numa transição democrática ocorrerem casos como este e muitos outros, como os de corrupção, de prostituição infantil etc, no momento tão evidentes no cenário brasileiro. Como cidadão, precisamos entender que temos uma identidade, com a qual devemos responder por atos e ações, individualmente. Para as Instituições brasileiras, o Pelé tem uma identidade e o Edinho outra e, estas são independentes. 

Problemas como o de Edinho e tantos outros, deverão ser analisados e definidos pela justiça, e não podem, em hipótese alguma, impedir o crescimento da democracia e do desenvolvimento do país. Não se pode admitir que uma coisa se misture à outra. Se as instituições estiverem bem, os problemas da justiça serão por elas resolvidos, e bem. Por outro lado, a manutenção da democracia e do crescimento do país independe desses fatos, que deverão ser tratados pela justiça, razão pela qual acredito, que para ambos os casos, teremos uma solução justa, ou seja, o Edinho será punido conforme a Lei e o Brasil continuará a crescer.  Nossa expectativa é que neste caso específico, como em milhares de outros, as instituições brasileiras façam a sua parte, julgando o cidadão Edinho como merece, e que tais fatos não interfiram no processo democrático e de crescimento do Brasil.

Geraldo Ferreira da Paixão

Engenheiro e professor
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

PETROBRAS X BRASIL


Matéria publicada em 20/03/2015

O petróleo é sem dúvida, uma das maiores riquezas que uma nação pode ter. Coube ao Brasil o privilégio de descobrir o pré-sal, um poço sem fundo de geração de divisas. Tão grande que poderá tornar o Brasil em pouco tempo numa das maiores potências do mundo e, quem sabe, um dos três maiores exportadores de óleo cru para o resto do mundo.

Todo esse poderio econômico entretanto, vem sendo minado por uma corja de bandidos que se enfileiraram na diretoria da Petrobras ao longo dos últimos anos e, associando-se a fornecedores e prestadores de serviços igualmente inescrupulosos, montaram uma grande quadrilha para extorquir financeiramente o Brasil, lavando dinheiro e desviando recursos astronômicos para países considerados "paraísos fiscais". Para se ter uma ideia do tamanho do rombo, os recursos desviados e até agora conhecidos, seria dinheiro suficiente para manter a educação, saúde, saneamento básico, construção e manutenção de rodovias, construção de casas populares e geração de novas oportunidades de trabalho para milhões de brasileiros.  

Diante desse quadro, as polícias e o judiciário brasileiro têm um árduo trabalho pela frente, qual seja identificar os culpados, coloca-los na cadeia e recuperar o dinheiro roubado. É uma tarefa muito difícil, considerando que vivemos num país onde a corrupção é quase uma unanimidade entre os poderes da República. Apesar de todos esses entraves, que sabemos interrompem o crescimento brasileiro aumentando o custo Brasil, ainda respiramos com a esperança de recuperar a autoestima e continuar crescendo como o fizemos nas duas últimas décadas.


Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor
geraldoferreiradapaixao@gmail.com 

AVALIAÇÃO ESCOLAR – CONCEITOS E RESULTADOS

Matéria publicada no Jornal Vale do Aço em out/2005

Vamos abordar hoje um tema muito importante na educação que é a avaliação escolar. Infelizmente, nem todos os docentes têm a noção exata deste conceito, e como conseqüência, os resultados planejados não são alcançados. A avaliação necessariamente deve fornecer subsídios para um avanço cientifico e cultural de uma teoria, atividade ou ação, capaz de resultar em melhorias tal, que interagindo nos processos, vão gerar um novo conhecimento, uma nova concepção teórica sobre o objeto em estudo. Assim, o conceito de avaliação tem que ser visto pelo educador com certo grau de crítica e discernimento, considerando principalmente alguns fatores como lugar, tempo, como o problema pode ser visto, formação, experiências de vida, crenças, aspectos sociais, políticos, econômicos etc. Segundo DIAS SOBRINHO, “avaliar é uma ação que não admite neutralidade”. Ao questionar, precisamos saber os fundamentos e respostas das questões formuladas, para então fazermos julgamentos dos conhecimentos adquiridos. 

Há um conceito errôneo entre os educadores que utilizam o processo avaliativo como uma forma de punir os discentes com resultados insatisfatórios. Ora, se isso fosse uma prática adequada para julgamentos, o que seria do futuro destes alunos? E para a escola? Por isso, cabe uma reflexão em todos estes casos. É preciso utilizar o resultado dessas avaliações e, aprimorar sistemas, métodos, didáticas, convivência escola comunidade, melhoria de qualificação do corpo docente e várias atividades afins, capaz de reverter o quadro de avaliação desses alunos. Para LUCKESI, “avaliar é um ato pelo qual, através de uma disposição acolhedora, qualificamos alguma coisa (objeto, ação ou pessoa), tendo em vista, de alguma forma, tomar uma decisão sobre ela”.

È preciso conhecer o lado social da avaliação, não sendo uma tarefa fácil para o educador, nem para a sociedade distinguir o bom do ruim, precisando para isso, de uma alta dose de conhecimentos sobre este processo. Além disso, o poder do professor na sala de aula, dá ao docente uma certa autonomia que na maioria das vezes pode denegrir seu trabalho. Utilizar a avaliação para certas ações como suspensão, enquadramento a procedimentos, normas etc, pode dificultar o processo de aprendizagem e desenvolvimento escolar. Cabe ao corpo docente, aplicar com eficiência esses conhecimentos, tornando os resultados das avaliações, uma forma de fomentar o crescimento do processo educativo.
O professor deve ser inquieto na arte de ensinar, e essa inquietude deve mostrar a grande necessidade de buscar a cada dia uma forma de eqüalizar políticas educacionais, evidenciando um novo projeto para o ensino e aprendizagem. Esta ânsia pelo saber, mostra um outro lado do professor – o comportamental. Segundo TYLER, o comportamento dos alunos deve ser o fundamento da avaliação, pois, o que se pretende em educação é, exatamente, mudar o comportamento das pessoas. A avaliação, sempre foi ao longo da história, um grande desafio para os educadores contrapondo-se à teoria de que avaliar é auferir resultados. HOFFMANN propõe uma avaliação mediadora, na qual compete ao professor escutar, interrogar e compreender mais o aluno. Na verdade, todas as teorias sobre o assunto são legítimas, e ao contrário do que muitos pensam, precisam ser consideradas, analisadas e delas se extrair o máximo, visando exclusivamente à melhoria do processo, qualquer que seja ele.

Avaliar não é somente um ato para comprovação de rendimento escolar, mas é, principalmente, um roteiro para refletir e planejar melhor a prática didática. Assim, no processo avaliativo a função do educador é de fundamental importância, pois, vai direcionar uma série de informações diretamente ligadas a todo o processo. A postura do professor deve ser de aplicar o padrão alocado no seu conhecimento cientifico, isto é, primeiro ele precisa se auto-avaliar tomando consciência de que está aplicando o melhor para a equipe. A avaliação precisa acompanhar o desenvolvimento do grupo, subsidiando reflexões e criatividades. O educador precisa estar constantemente aberto ao diálogo e se comprometer, bem como toda a equipe com o resultado da aprendizagem.

Por outro lado, vale mencionar ainda, que a avaliação é uma ferramenta indispensável para a medição do nível de aprendizado do aluno, porém deve o professor utilizar a intencionalidade, ou seja, é preciso reconhecer todo o envolvimento do aluno no sentido de desenvolver e perseguir os resultados planejados. Para tanto, precisamos enquanto docentes estar atentos ao longo do processo, avaliando individualmente ou em grupo, sem, entretanto abandonar os princípios básicos que fundamentam uma boa avaliação, que busque constantemente a obtenção dos resultados. Estes sim, devem espelhar muito mais que uma nota, um determinado nível de conhecimento medido, devem na realidade mostrar aquilo que se planejou , e, ao longo do tempo  foi perseguido com perseverança e dedicação por professores e alunos – o resultado.

A nota é portanto, um instrumento da avaliação, com a qual o professor mede fatores importantes do processo. Entretanto, não se deve limitar a este resultado apenas, para uma tomada de decisão relativamente ao conteúdo de conhecimento adquirido, uma vez que o processo avaliativo tem uma abrangência muito grande. Alguns autores são enfáticos ao dizer que não há uma forma definitiva para se definir avaliação, e que a maioria das definições até agora conhecidas são construções  mentais, cuja correspondência com a realidade são apenas de cunho científico.

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor
geraldoferreiradapaixao@gmail.com 

quarta-feira, 22 de março de 2017

MUDANÇAS NO ENSINO BÁSICO E FUNDAMENTAL

Matéria publicada no Jornal Vale do Aço de fev/2006

A partir deste ano, serão implantadas mudanças muito importantes no ensino básico e fundamental brasileiro. Apesar de alguns estados como Rio Grande do sul e São Paulo já terem se manifestado contrários a algumas dessas alterações, há um consenso em todo o país de que as mesmas trarão muitos benefícios para o estudante na sua busca constante pelo conhecimento. A Lei 11.114 assinada pelo Presidente Lula em de 16/05/05, estabelece a obrigatoriedade dos pais de matricularem seus filhos na 1ª série do ensino fundamental a partir dos 6 anos e não 7 como ocorre atualmente. A Lei prevê ainda um prazo de cinco anos para que todas as instituições de ensino se adaptem à nova legislação. Com isso, o ensino fundamental passa de 8 para 9 anos. O Fundo de Financiamento da Educação Básica – FUNDEF, será substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica – FUNDEB, que será o responsável pelo financiamento do estudo de todas as crianças de 4 a 5 anos, 1ª à 9ª série do ensino fundamental e 1ª à 3ª série do ensino médio.
Espanhol – Também a partir de 2006 será obrigatório o ensino da língua espanhola no ensino médio. Para tanto, conforme estudos desenvolvidos pelo MEC, serão necessários 13.200 novos docentes. Além disso, todos os professores precisarão ter licenciatura com habilitação em espanhol, cumprir 20 horas semanais e atender a oito turmas. Conforme divulgado na revista Educação, setembro/2005, página 16, não existem docentes suficientes no país para atender a demanda. Para se ter uma idéia, faltam 5.500 professores na Região sudeste, 3.600 no Nordeste e 1.800 nos estados que têm fronteiras com os países de língua espanhola – Rio Grande do sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Pará.
Proibição de venda de Coca-Cola e Pepsi – Uma vitória considerada importante para os pais dos estudantes do ensino fundamental nos Estados Unidos, foi a proibição da venda de Coca-Cola e Pepsi durante o horário de aula. Apenas bebidas diet, isotônicos, sucos com baixa adição de açúcar e água poderão ser vendidos. A medida atendeu a uma reivindicação antiga dos pais visando reduzir a obesidade e assegurar uma alimentação saudável para as crianças e jovens. No Brasil, apesar da obesidade não atingir os índices americanos, a venda de refrigerantes é permitida livremente em todas as escolas do país. Poucos são os estados brasileiros que matem algum controle dos alimentos pouco saudáveis oferecidos aos estudantes, caso do Rio de Janeiro e São Paulo que proibiram a venda destes produtos nas cantinas da rede estadual de ensino.
Gênios de Ipatinga – A população de Ipatinga deve sentir-se honrada com os resultados obtidos pelos seus filhos na recente Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – OBMEP. Concorrendo com mais de 10,5 milhões de estudantes em todo o país, 12 estudantes de se destacaram, demonstrando mais uma vez a força e a capacidade científica do nosso povo. Anderson Gonçalves, aluno da 8ª série da E.M Padre Bertollo foi o destaque nacional da olimpíada, com todos os méritos. Nossos sinceros parabéns e agradecimentos a todas essas crianças, pois nelas outras crianças se espelharão para a obtenção de seu futuro. Pelos resultados os estudantes foram agraciados com as seguintes honrarias:
Medalha de ouro e bolsa de iniciação científica do Instituto de Matemática Pura e
Aplicada – IMPA e um DVD
– Anderson Gonçalves Coelho.
Bolsa de iniciação científica – Marlon Alves Valente e Marcos Roberto Vieira Honorato.
Menção honrosa - Thiago Henrique Souza, Vicente Oliveira da Silva Jr, Ricson Vinícius Lopes Duarte, Kaio Roger Viana Pacheco, Chrystian Alvarenga Stocler, Rodolfo Stéfano Paiva Madureira, Westefan de Souza Leal, Caleb Thayres Calais de Andrade e Thiago Mendes Vieira.

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor 
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com


REFORMA UNIVERSITÁRIA – PARTE I

Matéria publicada no “Jornal Vale do Aço” de 28/05/2006

A partir de hoje, vamos abordar com um pouco mais de propriedade e profundidade a reforma universitária brasileira proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este projeto, assim como tantos outros de grande relevância para o povo brasileiro, vem se arrastando no Congresso Nacional, já tendo passado por duas versões, porém, a versão final que a todos interessa, ainda não saiu do papel. O anteprojeto foi apresentado pelo MEC em 06/12/04 e sua segunda versão foi apresentada pelo ex-ministro Tarso Genro em 30/05/05, após apreciação de mais de 120 emendas sugeridas pelos vários seguimentos da sociedade. 

O assunto é de fundamental importância como um todo e, por isso, estaremos analisando em artigos nos fins de semana os tópicos mais relevantes que realmente tem sido objeto de discussões por parte dos especialistas. Vou reportar aqui aos meus escassos conhecimentos de administração de empresa e perguntar: Qual é o Padrão de Referência? Como é feito? Prá que Mudar? Como será feito? Quais os benefícios esperados? Quais os resultados esperados? 

Para responder a tais perguntas, torna-se necessário voltar um pouco na história. Na época do Brasil colonial, mais precisamente no século XVI, os portugueses ofereceram bolsa de estudo em Coimbra somente aos brasileiros filhos de funcionários públicos, senhores do engenho, criadores de gado, artesãos e mineradores, o que naquela época já caracterizava uma discriminação às demais classes sociais. Tal situação, por incrível que pareça, continua nos dias atuais considerando que, somente os estudantes de maior poder aquisitivo, que tem condições de estudar o segundo grau nas melhores escolas particulares, conseguem adentrar na universidade pública.

Na verdade, passados cinco séculos de história, pouco avançamos para mudar a visão retrógrada da educação superior. Ao longo de tanto tempo, não encontramos na prática políticas que justifiquem espelhar mutações tais que trouxessem benefícios aos estudantes brasileiros. Ao contrário, continuamos batendo na mesma tecla, caminhando de cabeça baixa, sem a coragem necessária para fazer as reformas urgentes que precisamos. O momento de hoje me lembra muito aquela época, com acesso às universidades públicas apenas aos estudantes com maior poder aquisitivo. Com raras exceções, quem consegue adentrar numa universidade publica? Alunos advindos de escolas particulares, que pagaram caro para fazer o segundo grau numa escola elitizada, pagaram mais caro ainda para cursar um pré-vestibular da capital e, por isso, detém conhecimentos suficientes para obter resultados no vestibular. 

Apesar da vocação extrema pelo continuísmo, os cientistas e intelectuais responsáveis pela educação superior no Brasil apresentaram  sim, algumas sugestões de mudança, com as quais esperava-se obter melhores resultados. Embora muitas dessas sugestões e mudanças tenham em seu bojo excelentes idéias, não se conseguiu na prática introduzi-las nos currículos das faculdades. Nossos legisladores são mestres para fazer leis, porém a aplicação delas é um exercício incoerente, uma vez que conseguimos torná-las realidade.Por isso, várias reformas foram feitas ao longo de tantos anos, mas os benefícios não alcançaram o foco, o estudante universitário. Continuamos assim, privilegiando a quem não precisa, em detrimento do mais pobre, de menor poder aquisitivo.

No Brasil há uma preocupação generalizada dos legisladores em elaborar leis demasiadamente abrangentes, quase perfeitas. A começar pela Constituição Brasileira, contestada a quatro ventos pela sociedade, não pelo seu teor técnico, mas pela sua aplicabilidade, longe dos anseios dos seguimentos da área civil, poderes públicos, e, principalmente do judiciário, com interpretações errôneas, num vai-e-vem incompreensível de nossos juristas. 

A partir de 1937 foram promovidas várias reformas no ensino superior, a começar pelo nome do próprio Ministério, que depois de se chamar Ministério da Educação e Saúde, tornou-se em 1953 o atual Ministério de Educação e Cultura - MEC. As reformas universitárias dos anos 60 e 70 desenvolveram uma nova ideologia para o setor, tornando os laços universitários mais acadêmicos que simbólicos. A partir de 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a universidade passou por um processo rigoroso no aspecto administrativo, tornando-se mais autônoma, possibilitando maior desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica, com grande expansão do ensino privado, porém sem atender ainda os aspectos sociais e econômicos previstos. 

As reformas seguintes se intensificaram, surgindo os cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado e, logicamente, a diversificação do conhecimento gerou uma série de questionamentos ao sistema. Vários estudos foram desenvolvidos por pesquisadores neste período, evidenciando a necessidade das reformas. Segundo a revista Carta Capital, a taxa bruta de matrículas no ensino superior brasileiro, da ordem de 10 a 12%, sempre foi inferior não só em relação aos países desenvolvidos, mas inclusive a países de renda per capta bem inferior à nossa, comparando-se desfavoravelmente com as obtidas na Argentina, Chile e Bolívia. A deficiência de oferta de ensino superior no Brasil, fica ainda mais patente se comparada com a Inglaterra (48%), França (50%) e Estados Unidos (mais de 80%). Dessa forma, estamos completando cinco séculos de engessamento no ensino superior brasileiro, umas vez que as reformas até agora implantadas não foram suficientes para promover o desenvolvimento científico, cultural e social que o setor necessita 

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com 

ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO - UMA BREVE ANÁLISE DA LEI

O ensino superior brasileiro passou por grandes mudanças a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, instituída no governo de FHC pela Lei 9.394/96 de 20/12/1996. Esta Lei, que estabeleceu os rumos da educação nacional, definiu também, como não poderia deixar de ser, as diretrizes do ensino superior no Brasil. Apesar da impropriedade prática nos tempos atuais, uma vez que há grandes dificuldades de assimilação das diretrizes pelos educadores, há também uma grande esperança por parte destes mesmos educadores, que acreditam ser o conjunto de regras estabelecidas, o suporte técnico ideal para colocar o ensino brasileiro, e em especial o ensino superior no lugar devido.
A evolução do ensino superior brasileiro pode ser contada em três estágios, a saber: o primeiro antecedeu ao governo FHC. Este nível de ensino era até então, extremamente difícil de ser alcançado pela maioria dos estudantes, especialmente pela classe mais necessitada, que não dispunha de recursos e conhecimentos para acesso à universidade. De uma forma geral, o país permanecia estagnado, com políticas públicas sustentadas por uma Lei retrograda, mantida por uma elite governista capaz de manter a burguesia predominante.
A partir de 1996, com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, tivemos o que podemos chamar de segundo estágio, no qual estabeleceu-se o aspecto mais importante e relevante do ensino superior brasileiro – a proliferação das universidades privadas. Com isso, a universidade tomou rumos diferentes, através do crescimento deste seguimento da educação. A maioria de estudantes que não consegue adentrar na universidade pública converge para a universidade privada. Tais estudantes, normalmente advindos das escolas públicas, não detêm quantidade e qualidade de conhecimentos suficientes para obterem classificação nos vestibulares das universidades públicas. Assim, acabam por adentrar na universidade privada para complementação de seus estudos. Por outro lado, o acesso à universidade pública brasileira passou a atender um grupo restrito de estudantes, egresso de escolas particulares de ensino médio com grau qualitativo e quantitativo de conhecimentos superiores àqueles anteriormente mencionados, de tal forma a permitir que os mesmos obtenham aproveitamento satisfatório nos concursos vestibulares dessas universidades.
O terceiro e último estágio, não menos importante que os anteriores, é a aplicação da Lei. A LDBEN impôs certas regras, como a exigência mínima de 1/3 dos docentes com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado e a manutenção de mais 1/3 do quadro de docentes em regime de tempo integral, ou seja, como efetivo. O Art. 57 da Lei é mais incisivo: “Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aula”. Isso mostra o rigor da Lei e a forma como o governo pretende dar um novo gerenciamento para a educação superior. Além disso, exige o envolvimento da universidade enquanto órgão científico com a comunidade e a remodelação e/ou instalação de novos órgãos no MEC para gerir o ensino brasileiro. Esta nova diretriz já pode ser vista nas principais instituições de ensino superior, seja pública ou privada.

Enquanto educador percebe-se, todavia, a existência de um problema sério nesta estrutura: a sociologia da educação. À vista da LDBEN, parece um sonho que os educadores na prática, não conseguem aplicar. É sabido, entretanto, o quanto tem evoluído o ensino superior no Brasil, razão pela qual os educadores acreditam, botam fé mesmo, na aplicação da nova Lei. Uma vez conhecidos e aprovados os caminhos pelos quais os docentes devem trilhar para melhorar o ensino superior, compete ao governo e à sociedade fiscalizar a aplicação desses conhecimentos, de tal forma a fortalecer a consciência científica de todos que militam com responsabilidade na educação brasileira.

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço de jun/2007

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor 
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

DE CABEÇA PRÁ BAIXO

Uma análise fria dos problemas atuais leva-nos a um retrato sombrio da conjuntura do planeta. Guerra, corrupção, ações terroristas, prostituição infantil, FEBEM, MST, trabalho infantil, egoísmo, abuso de poder, falta de educação, libertinagem, desemprego e fome. Antes de expressar nossa opinião sobre o que está certo ou errado, é bom lembrar que é melhor ouvir do que falar. Pra isso, temos dois ouvidos e uma boca.
Estamos mergulhados num oceano no qual as opções não se vislumbram com tanta facilidade e, não se distinguem saídas que de fato possam trazer resultados. Dizem que a inflação é quase zero - será que é verdade? Como se explica que o povo brasileiro que deveria estar mais rico está cada vez mais pobre, com salário de fome, incapaz de manter nas latas o suficiente para alimentação dos filhos? Para a saúde nem se fala – brasileiro não usa remédios, não adoece. Aqui não há preocupação com a educação, não há espaços para o sonho da casa própria, do carro, de uma vida digna. E o nosso patrimônio? Ele é cada vez menor, mas nossa dívida externa cada vez maior.
Que modelo é esse que nos torna cada vez mais pobres, desfaz de nossas empresas e patrimônio como um pássaro que se esvai entre os dedos? A corrupção campeia livre e desimpedida e o povo assiste estarrecido a impunidade e comparsidade daqueles que deveriam dar o bom e maior exemplo. Para onde vai o nosso dinheiro? Um dia talvez possamos olhar para nossos filhos, bater no peito e dizer todas as verdades que nunca ouvimos. Se o país está subindo, então estamos descendo.
 Na década de oitenta, lembro-me bem, entrei numa concessionária e saí rodando num carro zero, comprado em 24 meses, é verdade, mas paguei com o meu salário. Poucos, talvez ninguém, seria hoje capaz de tal façanha. Na verdade estamos caminhando para um modelo de pobreza no qual o menos favorecido vai perdendo sua identidade e se tornando um desesperado - sua classe é cada vez maior, alarmando a todos e engrossando cada vez mais esta parcela da população brasileira.
A classe média por sua vez está hoje dividida em três: média alta, média e média baixa. A riqueza brasileira, esta sim, é para uma minoria detentora de patrimônio cada vez maior, grandes latifundiários muitos deles responsáveis por decisões que emanam do povo. Resta um consolo: somos um povo trabalhador, capaz de superar adversidades e esperar pelo momento adequado. Há que se mudar a cultura e muitos castelos hão de sucumbir ao nosso trabalho e inteligência.
 Homens sérios também existem, que trabalham sol a sol numa labuta sem fim, mesmo sabendo que muito pouco, talvez quase nada lhes sobrará do que plantaram. È a doação espontânea, sem mácula, marcando o rosto rubro, quase sem cor do trabalhador brasileiro.  Enquanto muitos de nós, pobres rasteiros da luxuria e incompreensão suplicamos por um pedaço de vida, alguns têm vida sobrando, vida morta, sem sentimentos, fria, só deles.
O que sobra na vida tem que ser doado, repartido, dividido com os que necessitam. È aí que reside o grande segredo da convivência humana, capaz de mudar os preconceitos e educar o mundo.  Num país de alterações políticas e sociais tão profundas como as que vivemos, é quase impossível prejulgar ações e atitudes daqueles que se dizem capazes de defender o interesse da maioria. È sabido entretanto, que para sermos livres de ação e pensamento precisamos enveredar por caminhos muitas vezes indesejáveis. Mas afinal, se temos que passar por eles... É esperar prá ver. 

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço de mai/2009

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro, professor e pós–graduado em docência do ensino superior 
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com                                                                                              

AVALIAÇÃO – INSTRUMENTO DE MEDIDA OU DE RESULTADOS?

O conceito de avaliação, principalmente quando aplicado ao ensino, é de uma forma geral uma busca constante de resultados com os quais ansiamos obter avanço cientifico e cultural de uma teoria, atividade ou ação, capaz de resultar em melhorias tal, que interagindo nos processos, vão gerar um novo conhecimento, uma nova concepção teórica sobre o objeto em estudo. Assim, o conceito de avaliação tem que ser visto pelo educador com certo grau de crítica e discernimento, considerando principalmente alguns fatores como lugar, tempo, como o problema pode ser visto, formação, experiências de vida, crenças, aspectos sociais, políticos, econômicos etc. Segundo DIAS SOBRINHO, “avaliar é uma ação que não admite neutralidade”. Ao questionar, precisamos saber os fundamentos e respostas das questões formuladas, para então fazermos julgamentos dos conhecimentos adquiridos. Deve-se levar em conta que estamos num momento de grandes transformações, e que fatores como solidariedade, respeito, compreensão e outros, são tabus que precisam ser quebrados.
Há um conceito errôneo entre os educadores que utilizam o processo avaliativo como uma forma de punir os discentes com resultados insatisfatórios. Ora, se isso fosse uma prática adequada para julgamentos, o que seria do futuro destes alunos? E para a escola? Por isso, cabe uma reflexão em todos estes casos. É preciso utilizar o resultado dessas avaliações e, aprimorar sistemas, métodos, didáticas, convivência escola comunidade, melhoria de qualificação do corpo docente e várias atividades afins, capaz de reverter o quadro de avaliação desses alunos. Para LUCKESI, “avaliar é um ato pelo qual, através de uma disposição acolhedora, qualificamos alguma coisa (objeto, ação ou pessoa), tendo em vista, de alguma forma, tomar uma decisão sobre ela”.
Historicamente, o conceito de avaliação pode ser dividido em quatro gerações: a primeira, predominantemente técnica, não separa avaliação de medida. A segunda consiste na aplicação de testes para verificação do alcance dos objetivos. A terceira é marcada pelos valores específicos atribuídos pelos avaliadores. A quarta geração passa a ser democrática, com ênfase na negociação como elemento de ligação entre avaliador e avaliando, capaz de gerar maior criatividade e desenvolver o espírito cientifico, proporcionando maior participação de todos. 
Muitos profissionais da área de ensino confundem verificação com avaliação. A verificação consiste em ver se o que se fez está correto, e pronto. Encerra-se aí o ciclo de ação. Na avaliação, atribui-se um valor àquilo que se fez, devendo a partir daí atribuir uma ação prática. Deve-se então o educador se preocupar, com o que fazer a partir da avaliação, uma vez que em geral há uma acomodação. É necessário fazer da teoria a prática, focando sempre a busca dos resultados que a avaliação refletiu. Diante deste quadro, devemos enquanto educadores, estar continuamente refletindo acerca das questões relativas ao valor da avaliação para o ensino.
Em síntese, não podemos subestimar os valores que a avaliação apresenta para demonstrar o rendimento do aprendizado desejado, entretanto, também não podemos deixar de valorizar a importância das avaliações como feedback para o desenvolvimento do ensino, permitindo àqueles que comandam, promover melhorias no processo. Outro fator que precisa ser considerado relativamente à avaliação, é o retorno que a instituição dá à sociedade a partir dos resultados. Paralelamente, enquanto se vale destes resultados para o aprimoramento do ensino e da aprendizagem, promovendo o crescimento intelectual do corpo docente e discente, a instituição repassa à sociedade essas melhorias, através da prestação de serviços de ensino cada vez mais qualificados e diversificados, tornando co-responsável pela educação e participação do cunho científico dos cidadãos.
Cabe refletir um pouco mais sobre as funções da avaliação. Resultados como, rendimento escolar, qualidade do ensino, progresso escolar, qualificação dos professores etc, não devem segundo SACRISTÁN & GÓMES, serem atribuídos à avaliação, pois estes são prévia e sistematicamente atribuídos à instituição. Vale acrescentar, porém, o lado social da avaliação, não sendo uma tarefa fácil para o educador, nem para a sociedade distinguir o bom do ruim na avaliação, precisando para isso, de uma alta dose de conhecimentos sobre este processo. Além disso, o poder do professor na sala de aula, dá ao docente uma certa autonomia que na maioria das vezes pode denegrir seu trabalho. Utilizar a avaliação para certas ações como suspensão, enquadramento a procedimentos, normas etc, pode dificultar o processo de aprendizagem e desenvolvimento escolar. Cabe ao corpo docente, aplicar com eficiência esses conhecimentos, tornando o resultados das avaliações, como já dito, uma forma de fomentar o crescimento do processo educativo.
Alguns autores afirmam estar havendo uma inversão de valores, uma vez que os professores supervalorizam as avaliações levando-se em conta somente o resultado daquilo que os alunos demonstraram ter aprendido durante o processo. Segundo estes mesmos autores, as avaliações devem motivar os alunos à criatividade, estimulando-os a inovar e desenvolver o senso crítico. O processo avaliativo deve buscar ao longo do período credenciar o aluno a absolver cada vez mais conhecimentos. Cabe ao professor, toda vez que ocorrer um desvio, aplicar ações corretivas ao longo do processo, que possam corrigir no aluno, as deficiências apresentadas.
Na dicotomia ensinar x avaliar, verificamos que falta aos professores mais apoio para acesso a novos conhecimentos, à eliminação de certos paradigmas capazes de contribuir para o aprimoramento constante da prática educativa. Esta falta de incentivo dos governantes, provoca no professor um certo desconforto na prática de sua profissão, tornando-o na maioria das vezes inoperante, incapaz e desmotivado. O bom professor entretanto, fomenta o saber e, sabe que não pode ficar estagnado perante a situação; deseja vislumbrar novos conhecimentos, incomoda com o estado estagnado, a falta de iniciativas que identifiquem novos horizontes para o desenvolvimento da ciência e pesquisa.
 Essa inquietação do educador, mostra a grande necessidade de buscarmos, a cada dia, uma forma de eqüalizar as políticas educacionais evidenciando um novo projeto para o ensino e aprendizagem. Esta ânsia pelo saber, mostra um outro lado do professor – o comportamental. Segundo TYLER o comportamento dos alunos deve ser o fundamento da avaliação, pois, o que se pretende em educação é, exatamente, mudar o comportamento das pessoas. A avaliação, sempre foi ao longo da história, um grande um desafio para os educadores. Contrapondo-se à teoria de que avaliar é auferir resultados. HOFFMANN, propõe uma avaliação mediadora, na qual compete ao professor escutar, interrogar e compreender mais o aluno. Na verdade, todas as teorias sobre o assunto, são legítimas e ao contrário do que muitos pensam, precisam ser consideradas, analisadas e delas se extrair máximo, visando exclusivamente a melhoria do processo, qualquer que seja ele.
Considerando todos estes fatores, podemos afirmar que avaliar não é somente um ato para comprovação de rendimento escolar, mas é, principalmente, um roteiro para refletir e planejar melhor a prática didática.
Assim, no processo avaliativo a função do educador é de fundamental importância, pois, vai direcionar uma série de informações diretamente ligadas a todo o processo. A postura do professor deve ser de aplicar o padrão implicitamente alocado no seu conhecimento cientifico, isto é, primeiro ele precisa se auto-avaliar tomando consciência de que está aplicando o melhor para a equipe. A avaliação precisa acompanhar o desenvolvimento do grupo, subsidiando reflexões e criatividades. O educador precisa estar constantemente aberto ao diálogo e se comprometer, bem como toda a equipe com o resultado da aprendizagem.
O que os educadores precisam se conscientizar é que não há mais espaços para as avaliações punitivas, que segregam o aluno por não ter obtido rendimento satisfatório. Ao contrário, cabe em situações desta natureza uma avaliação criteriosa do processo, detetando os desvios e aplicando ações corretivas devidas. Cinco fatores importantes devem ser considerados pelos professores com relação à avaliação:
 - O professor deve alterar seu conceito com relação à avaliação autoritária que o sistema lhe confere, passando a considerá-la como um ponto de reflexão e informação para a melhoria do processo de ensino.
- Compete ao professor rever sua metodologia de trabalho em sala de aula, aplicando técnicas modernas, que geram a participação e criatividade de todos.
- A avaliação deve ser analisada sob o ponto de vista da prática do ensino, devendo o professor fazer as correções devidas durante o processo.
- Os resultados da avaliação não devem ser considerados pelo professor como um monstro, incapaz de ser vencido. O educador em frente a uma situação de dificuldades, deve adotar uma postura diferente, focando sempre a melhoria da aprendizagem.
- É preciso que seja criada uma nova mentalidade em toda a comunidade educativa, no sentido de se obter dos alunos, dos colegas, educadores, dos pais e da sociedade em geral subsídios para o aprimoramento constante da aprendizagem.
A avaliação é, sem dúvida, uma das ferramentas mais importantes do processo ensino-aprendizagem. Ela começa na preparação das grades curriculares, passando pelo planejamento, execução e conclusão do processo.
Uma avaliação consciente, focada nos objetivos gerais da educação, deve começar com a indignação dos professores, ao se sentirem incomodados com os resultados esperados, ou seja, o corpo docente, bem como toda a direção da escola, devem se imbuir do princípio de que a avaliar é um ato constante de planejar para fazer melhor. Não se pode mais conceber a avaliação apenas como um fator de medida, uma vez que, sua dimensão tem uma abrangência linear em todo o processo, não podendo em hipótese alguma os educadores abandonar os vários parâmetros analíticos, capaz de contribuir para o desenvolvimento científico do ensino, sem perder suas particularidades como instrumento mediador da capacidade intelectual dos alunos.
Como vimos, é muito difícil extrairmos uma definição de avaliação. As definições até o momento definidas pelos principais educadores dão uma idéia clara da universalidade do conceito da avaliação, mas, de uma forma geral, todas as definições partem do principio de que a avaliação deve buscar uma solução futura, isto é, seu campo de ação é tão vasto que as conseqüências técnico-científicas, são incomensuráveis, considerando principalmente, que são ainda inimagináveis os resultados a alcançar.
Não podemos utilizar a avaliação como um recurso par a medir o nível de aprendizado dos alunos? Claro que sim! Entretanto, como diz Luckesi, alem do planejamento, o professor deve utilizar a intencionalidade, ou seja, é preciso reconhecer todo o envolvimento do aluno no sentido de desenvolver e perseguir os resultados planejados, quais sejam o melhor aproveitamento escolar possível.
 Daí é muito importante o acompanhamento sistemático do professor, contribuindo com o aluno através de estímulos e confiança, de tal forma a motivá-lo cada vez mais. Isso, entretanto, não se obtém apenas penalizando quando este aufere resultado insatisfatório. Ao contrário, quando isso ocorrer, deverá o professor avaliar a situação do aluno, com um acompanhamento mais próximo, possibilitando o discente recuperar os conteúdos perdidos ao longo do processo.
O planejamento é um estado de espírito, daí que, devem os profissionais do corpo docente se qualificar cada vez mais no desenvolvimento da avaliação, procurando contribuir sempre, ou cada vez mais e melhor com o agrupamento dos alunos de sua equipe, o que fará que, individualmente, e em grupo, todos obtenham resultados mis significativos. A educação não pode ser simplesmente uma fonte de medição do conhecimento, mas precisa antes de tudo, ser o canal propulsor, a engrenagem para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem.  Todos esses fatores e outros também relevantes deverão ser objeto de um bom planejamento, da execução de um plano adequado que atenda os interesses da comunidade, visando o atendimento dos anseios sociais e culturais da sociedade. E não podemos esquecer que ao longo do processo, precisamos estar muito atentos, avaliando individualmente ou em grupo, sem, entretanto abandonar os princípios básicos que fundamentam uma boa avaliação, que busque constantemente a obtenção dos resultados programados. Estes como sabemos, devem espelhar muito mais que uma nota, um determinado nível de conhecimento medido, devem na realidade mostrar aquilo que se planejou , e, ao longo do tempo, ou processo, foi perseguido com perseverança e dedicação por professores e alunos – o resultado.

A nota é um instrumento da avaliação, com a qual medimos um dos fatores importantes do processo. Entretanto, o professor não poderá se limitar a este resultado apenas, para uma tomada de decisão relativamente ao conteúdo de conhecimento adquirido, uma vez que o processo avaliativo, como já foi dito, tem uma abrangência muito grande. Alguns autores são enfáticos, ao dizer que, não há uma forma definitiva para se definir avaliação, e que a maioria das definições até agora conhecidas são construtos mentais, cuja correspondência com alguma realidade não é importante.

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço de out/2007

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro, professor e pós–graduado em docência do ensino superior
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

O ACESSO E O DESCENSO NO FUTEBOL BRASILEIRO

O Acesso e o Descenso no Futebol Brasileiro - Todos os clubes que disputam os campeonatos brasileiros das séries A e B, entram na competição para ganhar, para se projetarem no cenário esportivo nacional e internacional. Esses dois campeonatos se assemelham a uma corrida de longa distância, na qual os concorrentes precisam controlar suas energias aplicando-as no momento adequado, senão, podem perder forças e aí não conseguir mais se recuperar. Assim é o desempenho dos clubes – normalmente quem arranca na frente, nem sempre chega primeiro.
Os regulamentos premiam as agremiações que obtiverem melhores resultados, com acesso à série seguinte, participação na Copa Libertadores da América e Sul-americana. Prevêem também descenso para as séries inferiores, aos clubes que não obterem os resultados mínimos. Isso cria nos níveis superior e inferior das tabelas, uma acirrada competição, pois todos querem subir e ninguém quer descer, surgindo daí jogos sensacionais, tanto lá em cima, quanto cá em baixo.
Faltando menos de 30% das rodadas previstas para o encerramento dos campeonatos, alguns clubes estão muito freqüentes no rodapé das tabelas, e podem cair para a serie inferior, iniciando então, o carvalho vivido hoje por Atlético, Corinthians, Juventude e América-RN na série A e Avaí, Paulista, Remo e Ituano na série B.
A competição é saudável e os clubes precisam entender que o acesso é para quem obtêm melhores resultados em função de melhores investimentos, enquanto o descenso é resultado de uma administração deficiente, que também precisa ser reconhecida pelos dirigentes das agremiações perdedoras. Daí não sei por que tanto choro. Ganhar e perder, ser melhor ou pior, é o resultado de quem está no jogo. Em qualquer esporte, o importante é saber competir, e no futebol não é diferente. Resumindo, o que o dirigente e torcedores de futebol no Brasil precisam, é saber também reconhecer quando perdem. O que não podemos é acomodar com a derrota.
Ipatinga na Série B - Os resultados deste fim de semana serão de suma importância para as pretensões do Ipatinga FC, para alcançar o grupo de elite do futebol brasileiro. Quando escrevemos esta coluna, ainda não tínhamos os resultados do sábado, mas uma projeção mais detalhada nos leva a uma situação crítica, senão vejamos: caso o Ipatinga não consiga os três pontos no Castelão no sábado, poderia ser ultrapassado pelo Criciúma que joga fora contra o Gama, podendo chegar a 48 pontos. A Portuguesa, 4º colocado joga em casa, e se ganhar chega a 48 pontos, ultrapassando também o Ipatinga que tem 47 pontos. O Vitória joga em casa contra o Barueri podendo chegar a 47 pontos, mesma pontuação do Ipatinga, porém ficaria com uma vitória a mais. O Marilia, 6º colocado pode chegar a 44 pontos se vencer o Paulista em casa. O Marilia tem a vantagem de já ter 14 vitórias podendo chegar a15 caso seja vencedor neste sábado.
Uma derrota do Ipatinga contra o Ceará, seria, portanto, drástica para as pretensões do quadricolor do Vale do Aço que poderá amargar sua saída do G4, caso todas essas projeções se concretizem. Vamos lá Ipatinga! É ganhar, ou ganhar!
Campeonato Regional de Super-Master - Os resultados da 3ª rodada mostram o equilíbrio entre os participantes da competição nessa segunda edição do campeonato de super-máster.  Vale destacar a campanha do Vila Celeste, Industrial e Pioneiros, todos com 100% de aproveitamento até agora. A surpresa negativa fica por conta do Meridional e Independente do Amaro Lanari que não repetem as campanhas de 2006, quando se sagraram campeão e vice-campeão respectivamente, numa final histórica para os desportistas do Vale do Aço.

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço em out/2007 

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro, professor e pós–graduado em docência do ensino superior
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com


A PLÁSTICA DO GOL

A Plástica do Gol – Quem viu o jogo São Caetano x Flamengo na quarta feira passada, provavelmente deve estar pensando nos vários lances polêmicos interpretados de maneira equivocada pelo trio de arbitragem; gol de mão, jogadas de craque, gols perdidos, gols de craque que não é craque etc. O fato mais interessante entretanto, ocorreu nos dois gols do Flamengo marcados por Renato. Com chutes elásticos, o primeiro no lado esquerdo e o segundo no lado direito do goleiro do São Caetano, o atleta rubro negro mostrou que está mesmo treinando forte este fundamento – enquanto o goleiro pulava na direção da bola tentando alcança-la, esta, em curva, se distanciava cada vez mais dele tornando-se impossível a defesa. Gol assim, de uma plástica maravilhosa, marcados por um astro de pouca luz, torna o futebol cada vez mais emocionante.
Ney Franco – Quem duvidava que o ex-técnico do Ipatinga Ney Franco tem realmente muito conhecimento daquilo que faz, certamente mudou de opinião pelo que já realizou até agora no Flamengo. Sabemos do desafio que é para qualquer treinador, dirigir esta equipe considerando os inúmeros problemas, não só no plantel, tecnicamente muito fraco, mas também por problemas administrativos e financeiros pelos quais sempre passou o flamengo, convivendo inclusive com um fato gerador de baixa produtividade de qualquer trabalhador, qual seja, o não recebimento pelos serviços prestados – no flamengo isso é uma rotina e não tem técnico que agüenta. Até o momento o Ney Franco fez milagre. Será que conseguirá continuar segurando esta barra?
Parceira Cruzeiro/Ipatinga - Quando houve o desmanche do time do Ipatinga poucos dias antes da final da Copa do Brasil, tive certeza que a tão falada parceria Cruzeiro/Ipatinga finalmente dava a cara, ficando evidente que o time celeste tomou uma decisão no mínimo oportunista quando cedeu três dos mais expoentes jogadores do plantel ipatinguense para o Flamengo; e o pior: esses jogadores não podiam jogar a final nem para o Ipatinga, nem para o flamengo, pois já tinham jogado a competição para o Ipatinga, Assim, o tigre foi para a decisão desfigurado e deu no que deu. Finalmente, o Presidente Itair Machado tomou a decisão correta de por um ponto final nesta parceira, sem arranhar o bom relacionamento que mantém com a diretoria cruzeirense.
Será que agora Vai? – Não se pergunta outra coisa na cidade - será que o Ipatinga passa desta vez para a Série B? Acompanhei todas as partidas do tigre até agora, mesmo aquelas realizadas fora de casa.  Sem a parceria de um grande clube sabemos das dificuldades para manter um plantel capaz de competir para ganhar uma competição como a Série C. A diretoria do Ipatinga vem fazendo um trabalho perfeito e o time vem se moldando na competição, subindo de produção a cada partida e não será surpresa a sua classificação para a terceira fase. As decisões da diretoria têm sido pertinentes e tomadas no momento certo, de tal forma a não permitir a queda da equipe durante a competição, que se ocorrer, fatalmente será irrecuperável, jogando por água abaixo todo o planejamento realizado – parabéns, portanto ao Itair e sua equipe.
Novidades para o Futebol Máster do Vale do Aço – Foi realizada nesta quinta feira na sede da LDI uma reunião muito importante para o destino do futebol máster da região em 2007. Participaram da reunião além do Presidente da LDI e seu Diretor Técnico, presidentes e diretores da AMAVAÇO E LFM, associações que coordenam os máster no Vale do Aço. Conforme ficou definido, será reativado o Departamento de Futebol Máster da LDI, e em 2007 será realizado um super campeonato envolvendo os mais de setenta clubes do Vale do aço. Todos os coordenadores de clubes, seja da LFM ou da AMAVAÇO estão convocados para uma assembléia na LDI dia 31/08/06 às 19h00min horas para entre outros assuntos, escolher o Diretor do Departamento de Máster da LDI – vamos todos lá!

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço de ago/2006

Geraldo Ferreira da Paixão – engenheiro eletricista e eletrônico – pós graduando em Docência do Ensino Superior pela UNILEST – Coronel Fabriciano - MG.

e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

A VÍTIMA DE ABAETETUBA

Assistimos todos os dias na TV e outros meios de comunicação, tragédias e tragédias que nos assustam, deixa-nos pasmos, tamanha a pobreza da cultura, da falta de solidariedade, da crueldade das informações que estamos veiculando. Uma das mais recentes me deixou inicialmente surpreso, e depois, ao repensar o tamanho do prejuízo à sociedade, senti como se me espetassem com uma espada afiada, como se o fato estivesse acontecendo comigo; uma garota de 15 anos foi presa por suspeita de furto e colocada numa cela juntamente com 20 marmanjos numa cidade chamada Abaetetuba, próxima de Belém, no Pará.

Ora, o fato em si, já é estarrecedor; não se admite em hipótese alguma que qualquer policial, por menor formação que tenha, mesmo sendo um bandido disfarçado, tenha a coragem, a petulância de colocar uma mulher numa cela junto com tantos homens, muito menos uma menor, incapaz de se defender. Não conheço, não quero conhecer o soldado, o cabo, o sargento, o delegado, a governadora e todos os envolvidos, que durante 24 dias, pasmem, 24 dias, mantiveram uma garota junto com tantos homens e nada fizeram.

Certamente muita coisa aconteceu neste período com a menina. E não adianta alguém falar que foi só um preso que abusou da garota, como já andam dizendo. È claro que todos dela se aproveitaram e devemos muito ao telefonema anônimo que colocou tamanha crueldade exposta, nos dando a oportunidade de conhecer mais uma vez a flagrante fragilidade do sistema carcerário brasileiro. 

Notícias como essa, são rapidamente veiculadas em todos os meios de comunicação, primeiro porque estamos transitando por um momento histórico da democracia brasileira, e doa a quem doer, o que está errado tem que ser mostrado. Tais notícias acabam dando ao Brasil a oportunidade de ser observado pelo resto do mundo, e muitos países questionam e nos ajudam a aprimorar na busca da real democracia. Numa ditadura, como a dos anos 60, noticia como essa jamais seria veiculada, e a realidade ficava muito distante do que realmente acontecia. Muitos simplesmente sumiram quando tentaram questionar.

Não tenho dúvidas que serão tomadas as providências cabíveis para punir os responsáveis por tamanha barbárie. Entretanto, está claro neste caso, a responsabilidade daqueles ligados direta e indiretamente com a prisão da menor, que, apesar do conhecimento das penalidades previstas para crimes dessa natureza, ignorou o fato, assumindo as responsabilidades cabíveis, o que esperamos sejam também assumidas quando se apontar todos os culpados.

A pergunta é: o que fazer para assegurar que tais fatos não mais ocorram em qualquer lugar do Brasil. O momento é de reflexão e precisamos questionar tudo, as prisões, quem as dirige, a formação de cada um e vigiar, vigiar para que os profissionais selecionados para lidar com os presos sejam sempre os melhores, de tal forma a evitar tamanhos desmandos na carceragem brasileira. Para que isso se torne realidade, há a necessidade urgente de pensar grande quando falamos em segurança. Mais investimentos nas penitenciarias, mais treinamento e qualificação de todos os profissionais envolvidos.  


A menina de 15 anos, filha de dona Francicléia Felix Alves, certamente não será mais a mesma. Abaetetuba, que quer dizer “lugar cheio de gente boa” também não. A menina, sob proteção policial e da governadora Ana Julia Carepa (PT), vai estudar e poderá ser alguém na vida, podendo ter um futuro bem diferente daquele que iniciou ao prostitui-se e ser chamada de “Cartucheira”. Abaetetuba por sua vez, poderá melhorar a sua imagem de cidade rota do tráfico internacional de drogas, devido a sua proximidade com as Guianas, Suriname e Europa.  Para que coisas boas aconteçam, muita coisa ruim tem que passar sob a ponte. É a vida.

Obs: Matéria publicada em nov/2011

Geraldo Ferreira da Paixão – engenheiro eletricista e eletrônico – pós graduando em Docência do Ensino Superior pela UNILEST – Coronel Fabriciano - MG.
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

terça-feira, 21 de março de 2017

A LUTA NÃO PODE SER EM VÃO

O Social FC de Coronel Fabriciano vem fazendo uma campanha primorosa este ano no Campeonato Mineiro. Conheço este clube como ninguém porque tive na minha juventude a oportunidade de jogar nele de 14 a 21 anos de idade, daí a minha grande admiração pelo Social, não só pelo que representa para a cidade e região, mas também porque foi o primeiro time profissional com o qual me identifiquei, não perdendo desde então, qualquer partida no Estádio Luiz Ensch.
O Social foi o terceiro clube profissional do Vale do aço – os dois primeiros foram Usipa e Acesita EC. Por último foi o Ipatinga FC. Ainda muito novo cheguei nesta terra e muitos falavam que eu jogava bola, logo me mandaram para o Social. Joguei no juvenil, juniores e no amador. Só saí de lá quando fui trabalhar na Usiminas em 1967. Aí comecei a jogar nos clubes de Ipatinga quando podia, uma vez que o futebol passou a ser uma segunda opção – estudava em Valadares e esta era então a minha prioridade.
Como analista de futebol não poderia deixar de externar meu ponto de vista sincero sobre esta campanha maravilhosa do Social, que muito me envaidece e me enche de orgulho - certamente o levará à elite do futebol mineiro em 2008. Um resultado como este, entretanto, precisa ser tido e visto pela diretoria como um passo gigantesco que representa o esforço de todos e não admite retrocesso. O Ipatinga é um bom exemplo, que precisa ser copiado.
O Social FC foi fundado em 01/10/1944, isto é, está prestes a completar 74 anos. O clube manteve-se como amador até a década de 80, tendo uma medíocre participação pela primeira vez no Campeonato Mineiro da 2ª divisão em 1985. Permaneceu desativado até 1995 quando decidiu então disputar novamente o Campeonato Mineiro da 3ª divisão, sagrando-se campeão da temporada. Em 96 disputou a 2ª divisão sagrando-se também campeão mineiro. Em 1997 sob o comando de José Ângelo, o  “Preca”, o Social terminou a campanha em 4º lugar. Participou também do Campeonato brasileiro da Série C daquele ano, tendo sido desclassificado na 2ª fase. Em 1998 ficou em 8º lugar na classificação geral do Campeonato Mineiro. Em 99 foi rebaixado para a segunda divisão.  Disputou novamente a 2ª em 2000, 2001 e 2002, obtendo-se o 9º, 5º e 2º lugar respectivamente na classificação geral.
Em  2003 sob o comando de Luciano Pascoal o clube se manteve na 1ª divisão, porém em 2004 foi rebaixado para a 2ª divisão, tendo disputado o campeonato mineiro de 2005 e 2006 sem entretanto, obter os resultados esperados. Em 2007 sob o comando de Moacir Junior o clube voltou a disputar a 2ª divisão estando muito próximo da classificação novamente para o grupo de elite do futebol mineiro. A 1ª divisão não é, portanto, uma novidade para o Social.
Muitos dizem que perder faz parte do jogo. Na verdade, o bom desportista jamais  deve se contentar com o segundo lugar ou simplesmente entrar para competir. Por isso, o Social neste momento de glória, precisa levantar a cabeça e trabalhar grande para que a auto-estima de todos nunca seja vencida. Vencer sempre tem que ser o lema, não se contentando jamais com a derrota – aceitar a derrota sim, mas contentar com ela, jamais. O retorno à divisão anterior tem que ser considerado uma derrota imperdoável   daqui pra frente, com conseqüências desastrosas  para o clube e seus torcedores. Vamos lá, Saci!

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço em jul/2007


Geraldo Ferreira da Paixão – engenheiro eletricista e eletrônico – pós graduando em Docência do Ensino Superior pela UNILEST – Coronel Fabriciano - MG.
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

A EDUCAÇÃO NO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Um estudo detalhado da escritora Eunice Ribeiro Durham mostra como o ensino brasileiro é descentralizado, dificultando assim, a administração pela união. A nova constituinte em 1988 delineou novos rumos para a educação brasileira, definindo responsabilidades e poderes na administração pública no trato da política educacional brasileira. O chamado ensino básico que compreende o infantil, o fundamental e médio, passou a ser de responsabilidade dos estados e municípios, enquanto o ensino superior passou a ser de responsabilidade do governo federal. Ao governo federal também, ficou a competência de administrar e coordenar todas as escolas privadas de ensino no Brasil. O governo FHC se fundamentou num diagnóstico prévio, que permitiu o estabelecimento de prioridades e a definição das atuações a serem implementadas. O projeto apresentado por FHC, se baseou em três prioridades:
- Garantia de oferta do ensino fundamental – política aplicada objetivando o ingresso nas escolas de todas as crianças de 7 a 14 anos;
- Garantia de oferta do ensino fundamental para todos que não tiveram acesso a ela – É um projeto muito especial, que envolve a educação de jovens e adultos;
- Ampliação do acesso aos níveis anterior e posterior ao ensino básico – tal medida possibilita ao aluno não só o desenvolvimento, mas também o acesso a todos os níveis. Basicamente, podemos sintetizar a política do governo FHC nos seguintes tópicos:
Sistema descentralizado - existe uma política de gestão do governo, porem administrada por órgãos estaduais e municipais. Todas as instâncias são independentes entre si, ou seja, a administração é descentralizada e independente.
Funções da União como coordenador - Cabe ao governo Federal coordenar, legislar, incentivar e auxiliar os Estados e Municípios, intervindo através dos órgãos governamentais e organizações.
O Plano Nacional de educação - que assegura o ensino fundamental para todas as crianças de 7 a 14 anos, erradica o analfabetismo e amplia a educação infantil, ensino médio e superior.  É a oportunidade e não a garantia de vagas.
As prioridades (Área de Atuação) - As seguintes prioridades foram definidas na política  educacional do governo de FHC:
- Ampliar do acesso para garantir a democratização do ensino e conclusão em 8 anos do ensino fundamental;
- Aplicar tecnologias educacionais (suprir deficiência ou enriquecer os currículos dos professores);
- Adequar o processo pedagógico à população escolar;
- Formar professores com política salarial e o plano de carreira para a melhoria da qualidade do ensino. Resgatar a dívida social acumulada – erradicação da defasagem. Racionalizar a gestão dos sistemas escolares;
- Priorizar o investimento nas áreas com maiores déficits educacionais;
- Investir na educação indígena, e, em especial na sua formação para o trabalho.

Com relação à participação do setor privado no ensino básico, há uma diminuição da participação deste setor e ampliação do atendimento no setor público (Educação infantil, ensino fundamental e médio).

Assim, as diversas fases do ensino brasileiro passam a ser submetidas por alterações políticas e sociais, de tal forma a torná-las eficaz do ponto de vista prático-pedagógico, podendo o corpo docente visualizar no fundo do túnel uma luz capaz de dar maior credibilidade ao futuro da educação brasileira. Em síntese, podemos analisar as diversas fases da política de educação de FHC da seguinte maneira: 
Pré-escola - passa a ter como objetivo facilitar a integração da cultura escolar e a aquisição de competências sociais e intelectuais que o ambiente familiar nem sempre prevê.
Ensino fundamental - A política educacional de FHC está fundamentada em uma série de avanços, quais sejam:
- Crescimento do nº de matrículas de alunos de 7 a 14 anos; 
- Diminuição da taxa de repetência - redução das desigualdades regionais;
- Diminuição da taxa de analfabetismo (norte e nordeste do país), apesar do nº ainda ser muito grande. A política de redução deve ser diferenciada e localizada.  O maior nº de analfabetismo são pessoas de 50 anos ou mais.  A ação mais efetiva – universalização das séries do ensino fundamental;
- Taxa de repetência - discriminação das crianças com dificuldade de aprendizagem e de adaptação. Ausência do ensino adequado à realidade cultural das crianças.
Ensino Médio - Explosão de matrículas (apesar de que o nº de vagas sempre foi superior ao número de egressos do ensino fundamental);
- Aumento da taxa de repetência, diminuição de evasão, diminuição da desigualdade regional, redução da defasagem etária, ingresso tardio, retorno aos estudos em função de exigências de qualificação, qualificação dos professores, melhorando a qualidade da formação inicial e continuada dos docentes.
Ensino superior - Aumento da participação do setor Privado. Crise no Setor Público – O Brasil gasta por aluno de US$9.000,00 e a comunidade acadêmica se recusa de reconhecer esta crise e fica reivindicando aumento de verbas.
É preciso flexibilizar o sistema para democratizar o acesso ao ensino superior público, não se tratando simplesmente de privatizar as universidades públicas - estas são essenciais para a manutenção e elevação do nível de ensino e o desenvolvimento da pesquisa, além de obter melhores resultados práticos, possuindo ainda um sistema de informações esatatísticas e avaliação de maior eficiência.

Observação: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço em maio/2005

Geraldo Ferreira da Paixão – engenheiro eletricista e eletrônico – pós graduando em Docência do Ensino Superior pela UNILEST – Coronel Fabriciano - MG.

e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

LIBERAÇÃO DO PIS/PASAEP

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