sábado, 3 de julho de 2021

BRASIL PRECISA SUPERAR DESIGUALDADES NO ACESSO ESCOLAR – APONTA OCDE

 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE divulgou relatório no qual aponta avanços e necessidades de adaptação do sistema de ensino brasileiro visando reduzir as desigualdades de acesso escolar em todos os níveis da educação. Considera que apesar da melhoria de alguns medidores educacionais, há a necessidade de superar desafios cada vez maiores. Patrícia Mota Guedes, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Itaú Social acentua que as melhorias obtidas no ensino básico e de alguns medidores da educação acobertam as desigualdades cada vez mais crescentes, principalmente neste momento de pandemia, onde essas desigualdades se apresentam como multidimensionais, ocorrendo por meio socioeconômico, por raça, gênero, localização geográfica etc. "O relatório é categórico ao dizer que o Brasil terá sérias dificuldades de avançar se não colocar luz na desigualdade da educação. Com a pandemia, este tema ganhou tração, mas é importante que a OCDE diga que ou Brasil encara o problema de frente e pensa em políticas para superá-lo ou terá dificuldade em melhorar a qualidade da educação. A desigualdade é muito alta em comparação aos outros países", afirma Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo da Todos pela Educação.


Patrícia Mota comenta ainda que o relatório cita avanços com a incorporação da educação pré-escolar no ensino básico, mas existem desafios relevantes pela frente considerando as desigualdades no acesso às creches das crianças de 0 a 3 anos, principalmente das crianças de famílias menos abastecidas financeiramente. "Temos evidências do papel da educação infantil de qualidade para reduzir desigualdade. A criança já entra nos anos iniciais em desenvolvimento, não só para alfabetização do mundo letrado, mas também a socialização e desenvolvimento de outras competências importantes. Isso ajuda a reduzir desigualdades de crianças com pais menos escolarizados", pontua Patrícia.

O relatório aponta dente outros problemas, as seguintes desigualdades:

a)    Acesso ao ensino médio: Em 2018, 76% dos brancos haviam concluído o ensino médio enquanto a população de negros e pardos, apenas 60%. 

b)   Acesso ao ensino superior: Em 2018, 36% dos brancos com idade entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior ou já haviam concluído; entre os negros e pardos esse índice foi de 18%.

c)    Exclusão: Em 2019, 17% dos brancos não estudavam nem trabalhavam; os negros e pardos eram 25%

d)    Abandono escolar e mercado de trabalho: De acordo com o relatório da OCDE, os dados levantados sugerem que a desigualdade leva negros pardos a deixarem a escola para trabalhar.

Dentre as políticas que mereceram destaque no relatório da OCDE estão o Bolsa Família, o sistema de cotas e o PROUNI, os quais contribuem para reduzir as desigualdades A Organização sugere 10 itens para melhorar a educação no Brasil:

1 – Investimentos na educação: Proteção aos recursos e investimentos na educação e vincular resultados à qualidade do ensino.

2 – Reavaliar prioridades: Cita a necessidade de avaliar melhor o orçamento, priorizando evitar gastos com reprovações e aumento de taxas 

3 - Ações para mitigar impacto da pandemia: O relatório aponta a necessidade de investimentos em todos os níveis da educação, especialmente no foco aos alunos de maior vulnerabilidade. 

4 - Melhoria para carreira de professores: Para a OCDE o docente é o foco da educação, necessitando de investimento especiais visando sua qualificação crescente.

5 - Práticas de ensino: Introdução de novas abordagens para melhorar a aprendizagem dos alunos. Segundo o relatório, 75% dos professores não fomentam feedback de melhores práticas outros profissionais da educação para melhorar seu conhecimento docente.

6 - Clima escolar: No Brasil os casos de bullying, indisciplina e solidão nas escolas do Brasil ocorriam acima da média dos países da OCDE. Esse dado reforça a necessidade de reforçar a atuação dos gestores escolares na importância de criar um clima favorável no ambiente escolar.

7 - Gestão escolar: Recomendações de melhorias na administração e liderança escolar.  

8 - Tornar a educação relevante: o relatório sugere ações no ensino médio com engajamento da iniciativa privada.

9 - Apoiar os alunos em risco: a OCDE recomenda ações no ensino infantil e alunos do 1º ao 5º ano visando evitar evasão escolar.

10 - Direcionar recursos: Utilizar melhor os investimentos com recursos para regiões, escolas e alunos com maior necessidade.

 

Geraldo Ferreira da Paixão

Engenheiro e professor

 

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