domingo, 17 de dezembro de 2017

VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL


Os atos de incivilidade e vandalismo ocorridos após o jogo flamengo x Independiente da Argentina na última quarta-feira, sinalizam a precária gestão da segurança para eventos dessa envergadura. Qualquer brasileiro com um pouco mais de formação, é capaz de observar nas idas e vindas da sua rotina, a exposição da sociedade brasileira a desmandos e crueldades, num convívio quase constante com a irresponsabilidade, a toda hora praticada e observada. As atrocidades, as vezes aterrorizantes, tomam conta da mídia, espalham o terror e a dor, superam o poder da inteligência e afronta a liberdade e os direitos de ir e vir, como definido na Constituição. Impotente, o cidadão fica à mercê da incapacidade das instituições de segurança, criadas exatamente para protege-lo. A falta de conhecimentos de gestão dessas mesmas instituições entretanto, não as credenciam como necessário, para o exercício do trabalho, colocando em risco a integridade e a segurança das pessoas. Na prática, o convívio social não é respeitado, e a violência campeia, qualquer que seja o evento, e muitas vezes, vidas são ceifadas e outras ficam com sequelas graves.
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Dentre tantos eventos nos quais toda essa indignação e medo é explicitamente praticada, está a violência nos estádios de futebol. A história nos relembra momentos angustiosos vividos pelos torcedores nos estádios, principalmente de jogos com grande fluência de público. O desleixo e o despreparo dos responsáveis, aclarou a indignação dos brasileiros ao ver uma série de atrocidades que nos conduz a uma incrédula sensação de um país com instinto de severa crueldade e má formação. O que se viu após a decisão do Sul-americano no Maracanã, não é possível admitir que tenha acontecido no Brasil, tamanha a grosseria e violência dos autores.

Toda essa violência, desorganização e irresponsabilidade, tem gerado ao longo dos anos muitas mortes, deixando famílias desabrigadas de tudo. A violência nos estádios de futebol é o reflexo de outros tipos de violência, com as quais convive o povo brasileiro neste momento de crise política, econômica e social. O problema é tão grave que numa visão realista, é fácil imaginar, mas difícil de compreender que uma solução para tais problemas não acontecerá num estalar de dedos. Acredito, que qualquer que sejam as alterações de gestão e segurança para jogos de futebol de grande porte, devem estas passar pela análise no mínimo, dos seguintes itens:
a)    Controlar e incentivar a venda de ingressos pela internet,
b)    Vender ingressos nas bilheterias do estádio somente até o dia anterior à data da partida;
c)    Controlar e agilizar a entrada dos torcedores portadores de ingresso no estádio;
d)    Aumentar a oferta de transporte coletivo;
e)    Limitar o perímetro do estádio para acesso somente a torcedores portadores de ingresso;
f)     Controlar a saída dos torcedores; uma torcida, depois a outra;

O sociólogo Mauricio Murad da UFRJ, em seu livro “Para Entender a Violência no Futebol”, afirma que 42 pessoas foram mortas até 2008 e que somente de 2007 a 2008 foram registradas 14 mortes. Em 2017, 176 pessoas já foram mortas devido à violência nos campos de futebol, representando uma média de 10,66 mortos por mês. Uma estatística incrível e vergonhosa para o Brasil. Veja abaixo, a distribuição anual do número de mortos:
2010 – 12 mortos;
2011 – 11 mortos;
2012 – 23 mortos
2013 – 30 mortos
2014 – 18 mortos
2015 – 16 mortos
2016 – 13 mortos
Até julho de 2017 – 11 mortos.

Vale acrescentar que, de acordo com o Uol Esporte, 70% dos torcedores que deixam de ir ao estádio, alegam problemas de violência. Dessas forma, os torcedores de bem se afastam e os conflitantes se aproximam, criando um ambiente propício para a violência. Esperamos que as autoridades estudem e coloquem em prática no menor tempo possível, uma forma concreta de acabar com essa violência nos estádios de futebol, eliminando de vez esse alto índice de mortalidade. 

Geraldo Ferreira da Paixão

E-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

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