Tenho
escrito em artigos anteriores, que a crise brasileira é mais política que
social e econômica. O curso de nossa história tem mostrado que o envolvimento
político, as ideologias partidárias, sempre prevaleceram na escolha do novo
presidente da república, eleição dos membros do Congresso Nacional e na gestão
do Estado. Assim como foi nos governos de FHC, Lula, Dilma e agora do Temer, a
predominância das ideologias partidárias determina o destino da gestão do país.
Mas afinal, o que é uma crise política? A crise política representa a descrença
da sociedade nos representantes por ela eleitos, tornando o sistema incapaz de
gerir as necessidades sociais e econômicas do povo. Sabe-se que, quando o Executivo não consegue aprovar o que
quer e, o Legislativo aprova o que o Executivo não quer, estamos numa crise
política.
A
solução para a crise política é fundamental, uma vez que, o Executivo somente
poderá atuar a partir da aprovação dos seus projetos no Legislativo. Se isso
não acontecer, o Executivo fica amarrado, impossibilitado de dar sequência nos
seus projetos, podendo perder a governabilidade.
Quando
as partes se veem numa situação de desacordo, pode ocorrer o que podemos chamar
de barganha, como vem acontecendo no governo Temer, com a antecipação das
emendas parlamentares em troca do voto para aprovação dos projetos do Executivo.
Durante
o processo do impeachment de Dilma Rousseff, algumas sugestões surgiram para
solucionar a crise política brasileira, como o parlamentarismo, o semiparlamentarismo
e até indicações de eleições diretas antes do pleito previsto para este ano. Tudo
não passou de especulação e a crise continua.
Geraldo Ferreira da Paixão
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