Começo este artigo perplexo,
pasmo, surpreso com o rompimento de mais uma barragem da Vale, desta vez em
Brumadinho – MG. Em 2015 vimos este filme, com o rompimento da barragem de
Mariana, e a morte de 19 pessoas. Especialistas afirmam que mais de 400 pessoas
vão perder a vida nesta tragédia de Brumadinho. Entretanto, foram resgatados
até o momento apenas 34 corpos e o trabalho continua na busca incessante das
pessoas desaparecidas.
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Esta
nova tragédia, com número alarmante de vítimas poderia ter sido evitada, se
fiscalizações efetivas e responsáveis fossem utilizadas no tempo correto e de
forma técnica. Para utilização dessas barragens, são utilizados protocolos específicos
de fiscalização, por empresas especializadas, e, lógico, com pessoal altamente qualificado.
Tecnicamente não se admite falha de engenharia na construção e manutenção, e, o
risco desse tipo de rompimento obviamente tem que ser zero. Como aconteceu
então? Só o tempo nos dará esta resposta.
Ao assistir essa tragédia na
televisão, não tem como não sentir a dor de todas as famílias que perderam seus
entes queridos, que os mesmos se foram por negligência de seres humanos
inescrupulosos. Onde está a consciência desses profissionais vendo neste
momento famílias inteiras se desintegrando, perdendo tudo, até a alma? Quem vai
pagar por este sentimento tão profundo? E quanto vale tais perdas? Na verdade,
perdas dessa natureza são incomensuráveis, impossíveis de serem restituídas, e
se perdem no tempo, ficando apenas a dor e a certeza que a vida não vale nada
para quem tem o poder.
Geraldo Ferreira da Paixão
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geraldoferreiradapaixao@gmail.com