O outubro rosa, assim
chamado em homenagem ao mês que é realizada intensa campanha contra o câncer de
mama em todo o Brasil, foi palco este ano de duas tragédias inesquecíveis; a
primeira dia 5, na cidade de Janaúba, região norte de Minas Gerais quando o
vigia de uma creche utilizando gasolina, ateou fogo numa sala repleta de
crianças, matando dois adultos, nove crianças e deixando outras quarenta e oito
feridas. A segunda ocorreu dia 20, no Colégio Goyases de Goiânia – Go, quando
um adolescente de 14 anos utilizando uma pistola 40, tirou a arma da mochila.
matou dois colegas e feriu outros 4, todos adolescentes.
Difícil imaginar o que
poderia levar qualquer ser humano a praticar tais atrocidades. Por mais
distúrbios psicos e emocionais envolvidos, fica sempre a pergunta como
conseguimos tamanha coragem para a prática de tais delitos contra próprios
irmãos. Em ambas as tragédias, suspeita-se que os autores eram portadores de
problemas psicológicos que os levaram à pratica impensada dos atos.
Na primeira tragédia, o
vigia Damião Soares dos Santos, 50 anos, que além de autor foi também uma das
vítimas, era tido como pessoa não muito recomendada, tendo em vista seus
problemas psicológicos e de relacionamento. Na segunda tragédia, o adolescente
autor dos disparos sofria bullying dos colegas, que o chamavam de fedorento por
não usar desodorante.
Ambas as tragédias, deixam
um legado de muito sofrimento não só aos familiares das vítimas, mas também dos
autores. Até quando a dor pela perda dos filhos queridos, ainda tão jovens,
continuará martirizando o coração dos pais, familiares e amigos? Mesmo para os
autores, especialmente da tragédia de Goiânia, o legado deixado aos pais
certamente não apagará a imagem de que algo poderia ter sido feito para evitar
a tragédia; a arma deixada em local de fácil acesso pelos pais do adolescente,
agentes da polícia, permitiu que este a guardasse carregada na mochila à noite
e a levasse para a sala de aula no dia seguinte.
As causas que nos induzem a
cometer trais atrocidades são diversas. Mais que corrigir, devemos diariamente
manter uma postura de prevenção, de avaliação de tudo e de todos à nossa volta,
imaginando a possibilidade de ter sempre o adverso em nosso caminho. Algumas
observações são muito importantes, como conhecer melhor as pessoas com as quais
convivemos, suas reações e possibilidades, avaliar diariamente os filhos, suas
reações e argumentos, o que estão fazendo, orientá-los. Muitas vezes somos
infiéis aos nossos conceitos, e a tomada de decisão é sempre o próximo passo
mais importante.
Geraldo Ferreira da Paixão
E-mail:
geraldoferreiradapaixao@gmail.com