Desde sua implantação por
pontos corridos, o campeonato brasileiro vem tendo ao longo do tempo um
equilíbrio de forças, de tal forma que a análise do rendimento e performance
dos clubes pode ser acompanhada pelos analistas e gestores dos próprios clubes,
subsidiando informações para investimentos e ações, mesmo ao longo do
campeonato. Em 2017 entretanto, até a 26 rodada, ocorre um fenômeno no mínimo
inusitado, uma vez que temos 13 clubes com chances de cair para a Série B, pois
somente 4 pontos separa o 8º colocado do 17º, primeiro do Z4. Por outro lado,
essa pouca diferença de pontos, ao mesmo tempo que representa um tormento para
esses clubes e seus torcedores, deixa também uma esperança de uma possível
classificação para a Libertadores da América de 2018, bastando para isso somar
pontos nas próximas 12 rodadas, ou 36 pontos preciosos que ainda restam.
Se o campeonato terminasse
hoje estariam classificados para a Libertadores da América de 2018 os clubes
classificados do 1º ao 7º lugar, isto é, do Flamengo para cima, mas como disse
anteriormente, o campeonato está muito aberto, com muitas possibilidades de
mudanças nas próximas rodadas. Vale ressaltar ainda que a diferença do 7º
colocado Flamengo para o 8º Atlético Paranaense é de apenas de 5 pontos,
perfeitamente possível de ser alcançada até o final do campeonato.
A forma como os clubes
brasileiros estão jogando, mostra claramente o baixo nível do futebol
brasileiro nos últimos anos, razão pela qual não temos mais a hegemonia do
futebol nas américas. Assistimos o pior campeonato brasileiro da era dos pontos
corridos. Estamos jogando excessivamente na defesa, a maioria dos clubes
jogando por uma bola, e se esquecendo da finalização para o gol, razão maior do
futebol. Jogadores que ganharam fama jogando mundo afora, voltaram e se julgam
os únicos a resolverem tudo. Com isso, a ideia do futebol compacto e coletivo
está acabando. A individualidade vem ganhando forças em relação ao conjunto e o
futebol vai perdendo sua graça, sua arte. Dois jogos, num total de quase 120
mil pagantes assistiram a decisão da Copa do Brasil com um gol em cada partida,
com ingressos, pasmem, de até 645,00. Fica uma dúvida se a torcida terá
paciência o suficiente para assistir isso que chamam de futebol e pagando esses
preços exorbitantes cobrados pelos dirigentes.
Geraldo Ferreira da Paixão
E-mail:
geraldoferreiradapaixao@gmail.com