A crise é um
problema? As vezes não. Em determinados momentos pode-se obter até bons resultados
com ela. Isso acontece porquê, há ocasiões para as quais buscamos a solução dos
problemas quando os mesmos estão à beira do abismo, isto é, de difícil desfecho.
Neste momento, estamos frente a frente a um enígma, e, de uma forma geral, bate
um desespero na busca de uma saída para a sua solução. Não posso deixar os
problemas caírem no abismo, devo impedir que isso aconteça. O que fazer então? Aí
entra a criatividade, a busca por alternativas. Poderá inovar por exemplo, com
novos procedimentos e técnicas, de tal forma a evitar a queda dos problemas. O
trauma está montado. Qual é a saída? Da ação à reação está a possibilidade de
melhorar o desempenho e sair da crise. Aí está o pulo do gato.
Quais são os
sinais de uma crise social? Eles se caracterizam pelo enfraquecimento cada vez
maior dos menos favorecidos. É uma forma de abandono aos desamparados, situados
em áreas desintegradas da ordem do dia, localizados em pontos básicos, fulcrais
e estratégicos. Identifica-se com a compressão dos salários, a ocupação
indevida de terras, como aconteceu em São Bernardo do Campo – SP, onde 500 sem-terra
ocuparam a área e uma semana depois eram 6.000. Como aconteceu em Guarulhos –
SP, onde centenas de trabalhadores sem-teto invadiram uma área e alguns dias
depois eram milhares.
Por outro lado,
milhões de trabalhadores não têem como pagar a prestação do “Minha Casa, Minha Vida”
e entram em parafuso, gerando uma crise sem precedentes, razão pela qual a
arrecadação do programa caiu de 30 bilhões de reais por ano para 6 bilhões de
reais por ano. Apesar de passarmos por uma crise mais política que social e
econômica, estes sinais se tornam tão evidentes quanto vulgares na atual
conjuntura nacional, demandando ações urgentes do poder público e da sociedade.
Os sem-terra e os
sem-teto, são chamados às vezes de vagabundos por invadirem propriedades
alheias e assentarem ali suas famílias. Apesar da irregularidade na ocupação da
terra, essas famílias merecem o respeito da sociedade e do governo federal que
tem a obrigação de protege-los, não enxotá-los, conforme determina a
Constituição. Afinal, não devemos sobrecarregar sobre os mesmos todo o ônus da
crise social que os afligem, mas sim ao governo federal, que deveria investir
mais nessas famílias, tirando-as do relento, proporcionando a todos a
oportunidade de um emprego descente para que possam viver com dignidade. São
todos seres humanos, e precisam da atenção e respeito da sociedade brasileira.
Geraldo Ferreira da Paixão
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