Estamos numa guerra desigual
contra um inimigo, invisível, incolor e inodor, presente em todos os lugares e
objetos de forma ameaçadora e implacável. Contudo, mesmo sabendo do índice de
letalidade que esse monstro tem causado à humanidade, insistimos em desafiá-lo
– ele se chama coronavírus. Não se tem conhecimento desde a segunda guerra
mundial de uma doença infecciosa tão danosa para o ser humano como o covid-19, que
vem ceifando milhares de vidas em todos os continentes, As causas e vacina para
combatê-lo ainda são desconhecidas e, enquanto isso o vírus segue voraz provocando
até o momento mais de cinquenta mil mortes em todo o mundo...
Tendo em vista a cadeia infecciosa do vírus é
impossível não reconhecer a necessidade de proteção da vida das pessoas. Muito
se fala de onde veio esse vírus, qual a sua origem e até as razoes pelas quais
chegou com tanta letalidade. Alguns artigos e revistas especializadas o tratam
como um vírus oriundo de mamíferos como o morcego por exemplo. Ao longo dos
anos ele vem sofrendo mutações passando pela Síndrome Respiratória Aguda Grave
– SARS, a SARS - cov-2 e agora a covid-19. Os hospedeiros mais comuns são o
cavalo, as aves, os porcos os morcegos e finalmente o homem.
A onda do covid-19 começou na China, mais
precisamente num mercado de frutos do mar onde hospedeiros humanos teriam sido
utilizados para o acolhimento de vírus de animais marinhos. A grande variedade
de hospedeiros e a facilidade de contágio com o homem facilitam a proliferação
do vírus. Mais que os cuidados mínimos
para evitar se tornar um hospedeiro, é imaginar o tamanho de nosso poder diante
desse monstro que aterroriza a humanidade. Segundo o professor Paulo Eduardo
Brandão virologista da USP, “É provável que o contato silvestre tenha sido o
principal vetor de transmissão. Nessas situações, as pessoas têem contato com
saliva e fezes dos morcegos”. O escritor americano David Quammen em seu livro Spillover – Animal Infections and the Next
Human Pandemic, deixa no ar uma pergunta com relação ao próximo vírus, qual
seria sua força, seria capaz de derrubar a humanidade?. Outra pandemia como o
covid-19 muito provavelmente traria ao mundo prejuízos diversos, transtornos de
saúde e econômicos de alcance incalculáveis
Conforme
os mesmos especialistas, os seres humanos são hospedeiros preferenciais de uma
variedade de vírus, razão pela qual chamam a atenção para essa possibilidade.
“É muito difícil de prever. Mais uma coisa é certa: depois que essa crise for
finalmente controlada, haverá outra. Após esse vírus, que sai de um animal selvagem
e passa para a população humana, virá outro. Portanto, devemos usar esta crise,
por mais que ela ainda desenvolva como uma lição para o futuro”, analisa o
professor Brandão.
O covid-19 não tem lugar definido, está por
toda parte, em qualquer lugar e para se tornar um hospedeiro basta que nós
toquemos o mesmo lugar onde alguém positivo já tocou. Podemos ser contaminados
ainda pela saliva, pela tosse, pelo espirro e outras causas, ou seja, para não
contribuirmos como aumento dos casos positivos é imprescindível o isolamento.
Uma força tarefa gigante vem sendo preparada pelos governos federal, estadual e
municipal no sentido de reduzir os impactos desse isolamento. Todos os
brasileiros são obrigados a contribuir para reduzir esses impactos, que não
serão pequenos. Então, o que podemos fazer mais para nós e para o próximo: primeiro,
seguir as orientações dos governos, especialmente do Ministério da Saúde,
segundo, observar o que as outras pessoas estão fazendo, terceiro, acompanhar a
evolução do vírus e finalmente contar com a sorte.
Geraldo Ferreira da Paixão
E-mail:
geraldoferreiradapaixao@gmail.com