terça-feira, 29 de agosto de 2017

FUTEBOL E CORRUPÇÃO – PRÁ ONDE VAI O FUTEBOL BRASILEIRO?


O futebol brasileiro, há muitos anos passa por uma fase difícil, prá não dizer dramática. Alguns clubes alheios aos problemas sociais, econômicos e culturais de seus empregados, incluindo aí os atletas, não sabem sequer as novidades que a Lei Pelé introduziu no futebol a partir de 24 de março de 1998, quando foi sancionada pelo então presidente FHC. Muitos já abriram a cartilha porquê encontraram alguma barreira para seus interesses; outros, sequer a quiseram conhecer. Foi no entanto a partir desta Lei que o futebol brasileiro mudou, orientado pelos artigos que regem os direitos e deveres daqueles que militam no esporte mais popular do Brasil, especialmente os diretores de clubes, maestros responsáveis pelo rico cenário envolvido.

A exemplo das demais áreas de atividades, o futebol também está cheio de corrupção, tem gente ganhando muito dinheiro com dinheiro com o dinheiro alheio. É necessário passar um pente fino, e reter na peneira aqueles que tem mais gordura. Aí entretanto, temos um problema sério: a impunidade. Quando há uma ameaça em qualquer área, levanta-se imediatamente um grande número de pessoas contrário à idéia. Na verdade, ninguém quer se arriscar, pois sabe que qualquer investigação neste país, seja no futebol ou não, pode trazer à tona os “podres” de muita gente, principalmente daqueles que têm o “rabo preso”, e não podem se expor, deixando à mostra sua personalidade. Se perguntarmos a qualquer brasileiro, este será capaz de enumerar vários nomes que deveriam estar na cadeia, mas estão aí, livres, como se nada tivesse acontecido. 

Com a Lei Pelé, veio aquele alvoroço todo, denúncias de corrupção, CPI’S, muita transação de jogadores, para finalmente alcançarmos o estágio atual da grande maioria dos ex-grandes clubes brasileiros: falência. Alguns clubes sequer podiam pagar seus funcionários, pois a fonte onde poucos ganhavam muito, parecia estar secando. Esperava-se então com a nova Lei que o futebol brasileiro tivesse uma reforma séria, capaz de moralizar o esporte bretão e eliminar de vez os especuladores, ou melhor, os exploradores dos clubes. De lá pra cá o que se vê de novo e prático é a aplicação da lei do passe que regulamentou as transações de jogadores brasileiros no mercado nacional e internacional. Com relação à corrupção e utilização indevida da coisa imprópria, são ações que continuam campeando em todo o território nacional e internacional, prevalecendo o espírito egoísta e aproveitador de uma grande maioria de diretores, que não são capazes de enxergar no torcedor a fonte salvadora dos clubes.

O que se ouve nos bastidores é que a Lei Pelé acabou com o futebol brasileiro. Na verdade quando se fala em mudança de qualquer coisa, seja uma rotina ou procedimento, é gerada em contrapartida uma enxurrada de idéias contrárias; na prática, esta é uma reação “normal”, que precisa ser combatida; há que se ouvir e valorizar as novas idéias, pois sem elas é impossível alcançar o nível de conhecimento e desenvolvimento necessários

No âmbito da qualidade, sabe-se que para se obter sucesso em qualquer atividade é necessário em primeiro lugar identificar e reconhecer o nosso cliente em potencial, pois sabe-se que ele é o carro chefe do negócio e tudo que fizermos tem que estar voltado para atender a vontade e os padrões exigidos por ele. Porquê no futebol não se aplica este conceito? Não é compreensível o desrespeito dos atuais dirigentes do futebol brasileiro ao maior cliente, aquele que apóia e dá todo o suporte para o engrandecimento de qualquer clube de futebol: o torcedor. O que se tem visto são ações impensadas, próprias daqueles que priorizam o próprio ego, esquecendo por completo da máxima empresarial: respeito ao cliente em primeiro lugar. Estamos assistindo pela TV, quase que diariamente, e aterrorizados, o desrespeito praticado aos torcedores, que ao saírem de casa com sua família para assistirem uma partida de futebol na expectativa praticar lazer e ajudar o seu clube de coração, muitas vezes tem retornado a seus lares com a alma ferida, a dor estampada no rosto, pela perca de um ente querido. O que é isso? Onde está o respeito ao cliente?

A exemplo do que já está acontecendo em todas as atividades neste país, os principais dirigentes e gestores do futebol brasileiro terão que se adaptar às mudanças transitadas, sob pena de pagar a qualquer momento pelos seus atos, como José Maria Marins, preso na suíça e José Hawilla, réu confesso. Sob suspeitas temos João Havelange, Ricardo Teixeira e Del Nero, além de algumas empresas internacionais como a Traffic Sports International Inc, a Traffic Sport USA e a Klefer Produções e Promoções Ltda.

O dirigente precisa aprender a valorizar mais e mais o torcedor que é a própria sobrevivência do clube e, muitas vezes dá sua vida pelo clube. Futebol é isso. Uma mistura de amor e ódio, paixão e esperança. Por isso, muitas vezes o torcedor paga por tudo aquilo que os dirigentes inescrupulosos vem fazendo e acontecendo no futebol brasileiro. Daí que é indispensável vislumbrar o torcedor como fonte de renda, aquele que paga o artista pelo espetáculo. Por isso é preciso respeitar o torcedor e pensar que todo o seu sentimento é pelo clube, não pelo dirigente. Não basta juntar um amontoado de idéias e jogar no saco. É preciso distinguir o bom do mal, o alegre do triste, o joio do trigo. 

No fundo sabemos ser muito difícil criar uma consciência eficaz para o futebol brasileiro, mas entendemos e precisamos crer que a viagem ora empreendida no espaço e no tempo nos levará ao melhor caminho, bastando para isso, a tomada de decisões corretas, punindo a todos que tornaram e torna o futebol brasileiro um mar de lama. Assim como na política com a Lava Jato, espero que possamos fazer também no futebol; alguns já estão na cadeia, outros irão. As CPI’S instaladas nascem e acabam, mas ainda assim fica a esperança que a impunidade não será eterna, o imoral será moralizado, os ratos serão presos. Isso vai acontecer. É só esperar para ver.   
                                              
Geraldo Ferreira da Paixão

E-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

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