sexta-feira, 25 de agosto de 2017

PROFESSOR X ALUNO - QUEM PERDE MAIS?


Em 05/07/2017 publiquei aqui uma matéria com o título “Agressão de Docente no RJ – Culpado ou Inocente?” na qual abordei a ação do professor de geografia Marcelo Souza Leite no Rio de Janeiro de atirar um apagador numa menina de 11 anos, após tentativa sem êxito de obter o silêncio da turma para a aula. O episódio tomou conta da mídia nacional, e os pais da menina, é claro, abriram um inquérito policial para averiguação do fato e elucidação dos motivos que levou o docente a tomar tal atitude. Neste caso, a falta de diálogo prevaleceu na sala, o que não justifica a atitude impensada do docente.

Acompanhei com muita tristeza na mídia nacional a notícia da agressão que sofreu a professora Márcia Friggi, segunda feira, dia 21/08/17, numa Escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Indaial, Santa Catariana. Um adolescente de 15 anos a agrediu na sala com palavra de baixo calão e, posteriormente, na presença da direção com socos no rosto que a deixaram completamente desfigurada. Em seu texto no Facebook, a professora citou que estava “dilacerada” pela ação hostil do adolescente, pois sabe que a atitude do aluno não foi a primeira, nem será a última e que tal fato representa o angustia dos professores em geral, pelo abandono dos valores do docente nas instituições de ensino no Brasil.

Sou professor da rede particular de ensino atuando no Vale do Aço desde 1985 em instituições de nível técnico e universitário. Assim como muitos docentes que atuam no mercado há mais tempo, passei por situações constrangedoras envolvendo alunos rebeldes em sala de aula, e a ação do professor nesta hora deve ser de absoluto diálogo, de tal forma a manter o melhor relacionamento possível não só com os discentes, mas também com os demais envolvidos como diretores e pais de alunos.

Para que o relacionamento dos envolvidos na educação tenha êxito, isto é, sejam alcançados os objetivos na formação do cidadão brasileiro, é necessário o envolvimento de todos os responsáveis na cadeia de ensino, começando pelo governo federal com a adoção de políticas públicas adequadas, investimentos compatíveis e delegação de responsabilidades para educadores e educandos, de tal forma a tornar o sistema compacto e de referência. Apesar das mudanças que serão introduzidas a partir de 2018 no ensino médio e técnico, torna-se necessário também a atualização dos demais níveis, começando pela educação básica (infantil, fundamental e médio) Educação de Jovens e Adultos (EJA), ensino técnico e ensino superior.

A valorização do professor é uma das medidas indispensáveis nessa mudança estrutural do ensino, passando não só pela sua melhor qualificação profissional, mas também pela remuneração do seu trabalho, hoje com teto mínimo de R$ 2.298,80 para 40 horas semanais de aula no ensino básico e técnico, o que equivale a 2,453 salários mínimos. Trata-se de uma remuneração vergonhosa, inábil para a sobrevivência de um profissional com tamanha responsabilidade. As escolas precisam de docentes com predisposição para a sala, desprovidos de preocupações às quais podem interferir no seu desempenho, e conduzir o país a uma derrocada na área da educação em todos os seus níveis. Daí a necessidade de uma remuneração justa que possa dar ao docente a tranquilidade para o trabalho, sendo essa, sem dúvida, uma das razões que podem levar a sala de aula a um lamentável acidente como os descritos anteriormente.

Geraldo Ferreira da Paixão
E-mail: Geraldoferreiradapaixao@gmail.com


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