Matéria publicada no blog em 19/12/2010
Muitos dizem que o povo de Ipatinga é privilegiado, tem regalias que
outras cidades não teem. Isso é verdade, vivemos numa metrópole maravilhosa,
com muito verde, poucos desempregados e muito lazer para a população. Ipatinga
tem hoje, uma das maiores renda per-cápta do estado, e talvez do país,
guardadas as devidas proporções. A arrecadação da cidade ultrapassa os 400
milhões de reais/ano e há portanto muito dinheiro a ser aplicado. Como a
densidade demográfica é pequena, não chegando a 200km², claro que é preciso
fazer milagres para gastar tanto dinheiro.
Muito já se fêz na cidade nos governos anteriores, mas há muito ainda que
fazer. Uma das coisas a fazer é cuidar melhor da educação, desde o infantil até
o ensino superior. Vivo nesse meio há muitos anos como professor do ensino
médio e superior, e conheço as dificuldades e a forma como os gestores da
educação teem conduzido esta área.
Sabemos da importância do ensino infantil, fundamental e médio na educação
brasileira, e em Ipatinga não é diferente, de tal forma que precisamos urgente
encontrar gestores qualificados que deem a devida importância para esses níveis
do ensino, para que nossos filhos não encontrem tantas dificuldades quando
chegarem na universidade. Isso requer um trabalho sério e criterioso da
Secretaria de Educação do município, no sentido de trabalhar cada nível,
adequando-os às necessidades, de tal forma que o estudante possa encarar os
conteúdos futuros com maior conhecimento e possa galgar os degraus mais
preparado e com maior facilidade.
O ensino infantil público, de 0 a 5 anos de idade, a chamada creche e
pré-escola está abandonado. O poder público não dá a devida atenção para esse
nível e não tenho conhecimento de qualquer estrutura na cidade para atender os
menos favorecidos. Todos os educandários são instituições privadas, com
mensalidades muito altas, fora da realidade da maioria dos pais de familia.
O ensino fundamental, da faixa de 6 a 15 anos de idade é uma lástima. Por mais
que queiramos entender os investimentos realizados, sabemos que muito pouco se
investe nesse nível. Ipatinga pode e deve com urgência implantar a escola de
tempo integral, preparar melhor os professores, qualificando-os para um ensino
de qualidade e preparando esses meninos para encarar o ensino médio, que é a
fase seguinte, com mais base, evitando a grande evasão que ocorre atualmente em
todas as escolas do município. Isso é falta de gestores responsáveis,
comprometidos com o povo que os elegeu.
O ensino médio por sua vêz, que inclui os estudantes de 16 a 18 anos de idade,
não é diferente. Além de poucas escolas no município, o governo não dá o devido
suporte, principalmente financeiro para que os estudantes tenham a devida ajuda
para conclusão dos cursos nas instituições privadas. Esse nível da educação, a
exemplo dos demais deverá ser prestados pelo poder público a todos os
brasileiros conforme manda a Constituição, só que, como no país inteiro,
Ipatinga não enxerga essa necessidade.
Enfim, toda essa situação poderá um dia melhorar? Claro que pode. Depende de
quem? De nós. Somente nós, cidadãos e eleitores da cidade podemos mudar essa
situação. Como? Primeiro, vigiando e cobrando dos nossos governantes ações
rápidas para melhorar a educação básica do município; segundo, não perder a
oportunidade jamais de saber escolher as pessoas que vão trabalhar com a coisa
pública, por que elas estarão diretamente influindo na formação cultural, no
desenvolvimento de nossos filhos.
Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor
Email: geraldoferreiradapaixao@gmail.com