A
corrupção já há algum tempo, ocupa espaço considerável na mídia nacional. Muito
se fala dos prejuízos financeiros e morais que a corrupção imputa ao Brasil e a
todos os brasileiros, o que é extremamente verdadeiro. Quantos bilhões de reais
são pagos de propina anualmente no Brasil? Não é difícil responder, mas é muito
difícil tomar conhecimento dessa informação; a corrente do crime fortalece os
bandidos e torna incapaz as forças da Lei.
Estima-se
que as perdas da operação lava jato ultrapassam 88 bilhões de prejuízos,
enquanto a operação zelotes já se aproxima de 20 bilhões. Toda essa fortuna
deveria estar sendo aplicada para a educação, saúde, saneamento básico e
transporte, retornando para o povo o que é do povo. Acontece que toda essa
fortuna, objeto de corrupção, é dinheiro que está saindo pelo ralo para poucos,
enquanto muitos estão doentes, deseducados, desempregados, desnutridos, e sem
rumo.
O
lugar de quem rouba do povo é a cadeia. Nada de deixar em liberdade quem
devolve dinheiro objeto de corrupção; o dinheiro tem que ser devolvido ao
erário público e o corrupto tem que que continuar na cadeia até pagar pelos
seus crimes. Nada de prisão temporária, domiciliar, com tornozeleira eletrônica
e outras invenções criativas do sistema penal brasileiro para facilitar a vida dos
corruptos – lugar de ladrão é na cadeia.
Fala-se
muito no judiciário brasileiro em primeira, segunda e terceira instância, que
qualquer cidadão é inocente até prova em contrário. Embora seja uma retórica
verdadeira, é recorrente que sua aplicabilidade leva à impunidade, pois
enquanto o réu está recorrendo, ele está em liberdade, agindo da mesma forma e
praticando os mesmos crimes. O correto seria a reclusão do réu imediatamente após
a sentença em primeira instância, para que o mesmo possa responder o processo
na cadeia, evitando assim que continue praticando os delitos livremente. Para a
segurança da sociedade, o criminoso deve esperar o julgamento na cadeia, e não
em liberdade, ou seja, até prova em contrário, o suspeito é culpado e não
inocente.
Um exemplo claro do uso do
dinheiro corrupto para obtenção da liberdade, é a prisão em novembro de 2015 de
José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Em julgamento nos EUA concordou em
pagar fiança de 57 milhões de reais para usufruir da prisão domiciliar, situação
que ainda persiste, visto que o julgamento final está previsto para o final de
2017. Esse dinheiro não é dele, pertence ao povo e ao povo deveria retornar.
Ele sim, precisa ser segregado da sociedade, isto é, ser confinado, encadeado,
até entender como viver em sociedade legalmente.
Jose Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso em Nova
York (prisão domiciliar), desde novembro de 2015.
Geraldo Ferreira da Paixão
E-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com