As invasões de Centros de
Treinamento – CT’S dos times de futebol no Brasil viraram um problema seríssimo
que a qualquer momento pode gerar uma tragédia. As consequências que essas
invasões trazem para os clubes são diversas e imprevisíveis, dentre elas a área
financeira devida principalmente à ocorrência quase frequente de destruição de
patrimônio da instituição esportiva.
Porque os torcedores invadem os CT’S? Normalmente ocorrem por
insatisfação com os resultados obtidos pelo clube ou outros fatores dentre eles
a má gestão como principal motivo. A invasão pode ser ainda originada por
torcedores, as vezes criminosamente, paga por terceiros ou instituições, ou
ainda por retaliação a algum diretor. Como devemos considerar tais invasões? Um
crime contra o patrimônio privado ou simplesmente um protesto?
Não é raro a ocorrência de invasões com agressão e até furto. Infelizmente, o que se observa é o completo
desleixo da justiça para a elucidação de cada ação desse tipo, ficando os
infratores normalmente impunes, propiciando a continuidade dessas ações por
parte dos torcedores. Justificar crimes
ocorridos no futebol é tão comum ou popular como o próprio futebol.
A ligação entre diretores, jogadores e organizadas é muito comum entre
os clubes brasileiros. Tem jogador que se apresenta em jogos com o boné da
organizada. Há, portanto, uma empatia entre diretores e torcida organizada e há
muitas formas de dialogar com os torcedores antes que os mesmos arrombem
portão, agridem pessoas em seu horário de trabalho e roubam material esportivo.
Normalmente os invasores se julgam donos do clube. A relação entre a direção do
clube e os torcedores não obedece ao código penal e as invasões são tão comuns
e duradouras como os próprios clubes.
Segundo o jornalista André Rizek, esse tipo de ação é
um desserviço ao futebol brasileiro. Quando ele passa pano para uma situação
que está chegando a níveis trágicos – referindo-se às declarações do técnico
Abel após a invasão do CT do Cruzeiro - se a gente for olhar o que já aconteceu
nesse ano, o que vem acontecendo nos últimos anos, de situações gravíssimas. A
maneira como a gente trata isso com normalidade, “ah, é paixão”, para mim é
chocante. A gente vai parar de tratar com normalidade quando de fato acontecer
uma tragédia – disse Rizek durante o programa Seleção Sporty.
Sobre a invasão recente do CT do fluminense, o diretor
foi claro ao dizer que aumenta o "sentimento de insegurança e instabilidade para os que atuam no dia
a dia do clube, sejam eles atletas ou demais profissionais". Disse ainda
que "chegará o momento em que ações dessa natureza resultarão em tragédia,
caso não sejam devidamente coibidas".
Geraldo Ferreira da
Paixão
E-mail:geraldoferreiradapaixao@gmail.com