Uma análise da evolução da
educação superior brasileira nos últimos vinte anos, leva à conclusão que
pouco, quase nada evoluiu nesta área, para que o país pudesse alavancar no
desenvolvimento científico e contribuir para o crescimento. Ao contrário,
poucas alterações foram propostas nesse período, dentre elas o Projeto de Lei
7.200/2006 que trata da Reforma Universitária, sem previsão de ser finalizado no
congresso Nacional.
A necessidade do estudante
de chegar à universidade está diretamente ligada ao crescimento pessoal, mas
esse crescimento impõe uma série de esforços conjuntos que alavancam o
desenvolvimento como um todo. As dificuldades para obter esse resultado e ter um
diploma de nível superior, continua sendo o grande vilão do estudante na busca
de uma melhor qualificação que o diferencie no mercado de trabalho. Se
comparadas com a década de 90, por exemplo, tais dificuldades experimentaram alterações
favoráveis para o ensino superior, porém outros fatores como a qualidade e a
formação do profissional se mantêm uma incógnita.
Antes, adentrar numa
universidade pública significava um esforço extremo, tendo em vista a exigência
de nobreza e intelectualidade do candidato. Até pouco tempo, concluir um curso
superior numa universidade pública era uma tarefa extremamente difícil, a qual
poucos tinha acesso. Para se chegar nela, dois fatores eram preponderantes:
primeiro, ter cursado o ensino médio numa escola de alto nível e se preparado
em cursinhos nos grandes centros; segundo, ter se dedicado quase que
exclusivamente na preparação para o vestibular obrigatório até então.
Resumindo, estudantes com
maior poder aquisitivo adentravam com mais facilidade nas instituições
públicas, consideradas de elite, enquanto estudantes de menor poder aquisitivo,
muitos deles trabalhadores, migravam para as instituições privadas, de menor
exigência de conhecimento e maior facilidade de acesso. Tal situação ainda
persiste, porém com algumas características específicas ligadas às instituições
públicas e privadas.
Com as dificuldades e
exigências de mercado, é impossível não reconhecer a importância do diploma de
nível superior para o desenvolvimento pessoal e profissional. Com o acesso às
IES públicas e privadas reconhecidamente facilitados com o ENEM e
financiamentos do governo federal, houve um crescimento acentuado nos últimos
anos no número de vagas e matrículas. Contudo, as dificuldades de mercado
continuam para os recém formados, tendo em vista principalmente o momento
econômico brasileiro. Ressalte-se entretanto, que a posse de um diploma de
graduação evidencia um diferencial de valor inestimável, de grande valia para a
obtenção da tão esperada oportunidade de trabalho.
Geraldo Ferreira da Paixão
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