Matéria publicada em jun/2005
O Brasil inteiro ficou estarrecido com a noticia bomba do envolvimento do filho de Edson Arantes do Nascimento - o Pelé, com o tráfico de drogas. E não poderia ser diferente, uma vez que, jamais poderíamos imaginar que uma pessoa tão qualificada iria se entregar a este nível de envolvimento, sem que, seus atos e atitudes fossem notados por seus pais e educadores.
O
choro de Pelé visto por milhões de telespectadores em todo o país, deixou para
todos uma noção clara de como devem ser administradas as mudanças na
atualidade. Quem não ouviu dizer que “Os brutos também amam?” Também podemos
dizer que os ricos também são pobres. Partindo do princípio de que é melhor
ensinar a pescar do que dar o peixe, faltou ao Edinho uma formação básica, indispensável,
que aprendemos única e exclusivamente quando criança, e que, ao longo dos anos
vai se tornando a estrutura de nossa personalidade, de nossa formação cultural.
Nossos atos e ações passam então, a ser ditados por esta cultura de berço. Se
você teve uma boa formação quando criança, dificilmente será vencido por
fraquezas dessa natureza.
Além do fator emocional que o fato
gerou em toda a sociedade brasileira, é importante focar o outro lado da
questão; é comum numa transição democrática ocorrerem casos como este e muitos
outros, como os de corrupção, de prostituição infantil etc, no momento tão
evidentes no cenário brasileiro. Como cidadão, precisamos entender que temos
uma identidade, com a qual devemos responder por atos e ações, individualmente.
Para as Instituições brasileiras, o Pelé tem uma identidade e o Edinho outra e,
estas são independentes.
Problemas como
o de Edinho e tantos outros, deverão ser analisados e definidos pela justiça, e
não podem, em hipótese alguma, impedir o crescimento da democracia e do
desenvolvimento do país. Não se pode admitir que uma coisa se misture à outra.
Se as instituições estiverem bem, os problemas da justiça serão por elas
resolvidos, e bem. Por outro lado, a manutenção da democracia e do crescimento
do país independe desses fatos, que deverão ser tratados pela justiça, razão
pela qual acredito, que para ambos os casos, teremos uma solução justa, ou
seja, o Edinho será punido conforme a Lei e o Brasil continuará a crescer. Nossa expectativa é que neste caso específico,
como em milhares de outros, as instituições brasileiras façam a sua parte,
julgando o cidadão Edinho como merece, e que tais fatos não interfiram no
processo democrático e de crescimento do Brasil.
Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro e professor
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com