A intransigência, arrogância e intrépida
ousadia dos criminosos vêm colocando em check a força da Lei, nem sempre
atuante com o devido tempo e acerto, apesar dos recursos cada vez mais técnicos
e tecnológicos disponíveis nos vários órgãos de segurança nacional. Estamos
vivendo ativamente uma era de transições tecnológicas, às quais as forças de
segurança nacional não têm o direito de se tornarem indiferentes, e, muito pelo
contrário são instituições de natureza institucional, voltadas exclusivamente
para o trato das garantias individuais e coletivas previstas na Constituição nacional
devendo, portanto, acompanhar e se equipar com o aparato técnico e tecnológico
necessário.
O crime constitui-se simplesmente de um braço
do universo do mal, no qual se acotovelam um emaranhado de seres, muitos
considerados irracionais pela altivez e violência que empregam em suas ações
maléficas, o que tornam tais
indivíduos nocivos à sociedade e, dessa forma impossibilitados de um convívio
comum. Nessas condições precisam ser segregados do convívio social, podendo lhes
ser restituídos à liberdade somente após o cumprimento de todos os dispositivos
de Lei que resguardam a dignidade humana.
O assalto e roubo de 718,8kg de ouro no
aeroporto de Guarulhos na grande São Paulo, expõe a fragilidade do sistema de
segurança nacional de segurança, uma vez que, durante a ação os bandidos,
disfarçados de policiais, agiram livremente sem uma agressão física ou
utilização de armamentos. Os valores da carga roubada ultrapassam cem milhões
de reais.
O ouro pertence à mineradora canadense
Kinross, a quinta maior do mundo e foi extraído na Mina de Paracatu no Noroeste
de Minas Gerais. Os 31 malotes de ouro seriam enviados para o aeroporto JFK de
Nova York e de Toronto no Canadá. A Kinross espera receber da seguradora
Transportes Brinks o ressarcimento dos valores.
Das investigações o que se sabe até o momento é
que estão presos quatro suspeitos; Peterson Brasil, que convidou o amigo
Peterson Patrício, encarregado de despachos do aeroporto a participar do roubo.
Célio Dias, proprietário de um estacionamento onde ficaram as caminhonetes utilizadas
no assalto e onde foi encontrada debaixo de um ônibus uma sacola com um
carregador de fuzil contendo 31 projeteis de calibre 7,62mm, dois gorros e
cinco luvas avulsas.
Geraldo Ferreira da Paixão