terça-feira, 21 de março de 2017

A EDUCAÇÃO NO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Um estudo detalhado da escritora Eunice Ribeiro Durham mostra como o ensino brasileiro é descentralizado, dificultando assim, a administração pela união. A nova constituinte em 1988 delineou novos rumos para a educação brasileira, definindo responsabilidades e poderes na administração pública no trato da política educacional brasileira. O chamado ensino básico que compreende o infantil, o fundamental e médio, passou a ser de responsabilidade dos estados e municípios, enquanto o ensino superior passou a ser de responsabilidade do governo federal. Ao governo federal também, ficou a competência de administrar e coordenar todas as escolas privadas de ensino no Brasil. O governo FHC se fundamentou num diagnóstico prévio, que permitiu o estabelecimento de prioridades e a definição das atuações a serem implementadas. O projeto apresentado por FHC, se baseou em três prioridades:
- Garantia de oferta do ensino fundamental – política aplicada objetivando o ingresso nas escolas de todas as crianças de 7 a 14 anos;
- Garantia de oferta do ensino fundamental para todos que não tiveram acesso a ela – É um projeto muito especial, que envolve a educação de jovens e adultos;
- Ampliação do acesso aos níveis anterior e posterior ao ensino básico – tal medida possibilita ao aluno não só o desenvolvimento, mas também o acesso a todos os níveis. Basicamente, podemos sintetizar a política do governo FHC nos seguintes tópicos:
Sistema descentralizado - existe uma política de gestão do governo, porem administrada por órgãos estaduais e municipais. Todas as instâncias são independentes entre si, ou seja, a administração é descentralizada e independente.
Funções da União como coordenador - Cabe ao governo Federal coordenar, legislar, incentivar e auxiliar os Estados e Municípios, intervindo através dos órgãos governamentais e organizações.
O Plano Nacional de educação - que assegura o ensino fundamental para todas as crianças de 7 a 14 anos, erradica o analfabetismo e amplia a educação infantil, ensino médio e superior.  É a oportunidade e não a garantia de vagas.
As prioridades (Área de Atuação) - As seguintes prioridades foram definidas na política  educacional do governo de FHC:
- Ampliar do acesso para garantir a democratização do ensino e conclusão em 8 anos do ensino fundamental;
- Aplicar tecnologias educacionais (suprir deficiência ou enriquecer os currículos dos professores);
- Adequar o processo pedagógico à população escolar;
- Formar professores com política salarial e o plano de carreira para a melhoria da qualidade do ensino. Resgatar a dívida social acumulada – erradicação da defasagem. Racionalizar a gestão dos sistemas escolares;
- Priorizar o investimento nas áreas com maiores déficits educacionais;
- Investir na educação indígena, e, em especial na sua formação para o trabalho.

Com relação à participação do setor privado no ensino básico, há uma diminuição da participação deste setor e ampliação do atendimento no setor público (Educação infantil, ensino fundamental e médio).

Assim, as diversas fases do ensino brasileiro passam a ser submetidas por alterações políticas e sociais, de tal forma a torná-las eficaz do ponto de vista prático-pedagógico, podendo o corpo docente visualizar no fundo do túnel uma luz capaz de dar maior credibilidade ao futuro da educação brasileira. Em síntese, podemos analisar as diversas fases da política de educação de FHC da seguinte maneira: 
Pré-escola - passa a ter como objetivo facilitar a integração da cultura escolar e a aquisição de competências sociais e intelectuais que o ambiente familiar nem sempre prevê.
Ensino fundamental - A política educacional de FHC está fundamentada em uma série de avanços, quais sejam:
- Crescimento do nº de matrículas de alunos de 7 a 14 anos; 
- Diminuição da taxa de repetência - redução das desigualdades regionais;
- Diminuição da taxa de analfabetismo (norte e nordeste do país), apesar do nº ainda ser muito grande. A política de redução deve ser diferenciada e localizada.  O maior nº de analfabetismo são pessoas de 50 anos ou mais.  A ação mais efetiva – universalização das séries do ensino fundamental;
- Taxa de repetência - discriminação das crianças com dificuldade de aprendizagem e de adaptação. Ausência do ensino adequado à realidade cultural das crianças.
Ensino Médio - Explosão de matrículas (apesar de que o nº de vagas sempre foi superior ao número de egressos do ensino fundamental);
- Aumento da taxa de repetência, diminuição de evasão, diminuição da desigualdade regional, redução da defasagem etária, ingresso tardio, retorno aos estudos em função de exigências de qualificação, qualificação dos professores, melhorando a qualidade da formação inicial e continuada dos docentes.
Ensino superior - Aumento da participação do setor Privado. Crise no Setor Público – O Brasil gasta por aluno de US$9.000,00 e a comunidade acadêmica se recusa de reconhecer esta crise e fica reivindicando aumento de verbas.
É preciso flexibilizar o sistema para democratizar o acesso ao ensino superior público, não se tratando simplesmente de privatizar as universidades públicas - estas são essenciais para a manutenção e elevação do nível de ensino e o desenvolvimento da pesquisa, além de obter melhores resultados práticos, possuindo ainda um sistema de informações esatatísticas e avaliação de maior eficiência.

Observação: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço em maio/2005

Geraldo Ferreira da Paixão – engenheiro eletricista e eletrônico – pós graduando em Docência do Ensino Superior pela UNILEST – Coronel Fabriciano - MG.

e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com

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