quarta-feira, 22 de março de 2017

DE CABEÇA PRÁ BAIXO

Uma análise fria dos problemas atuais leva-nos a um retrato sombrio da conjuntura do planeta. Guerra, corrupção, ações terroristas, prostituição infantil, FEBEM, MST, trabalho infantil, egoísmo, abuso de poder, falta de educação, libertinagem, desemprego e fome. Antes de expressar nossa opinião sobre o que está certo ou errado, é bom lembrar que é melhor ouvir do que falar. Pra isso, temos dois ouvidos e uma boca.
Estamos mergulhados num oceano no qual as opções não se vislumbram com tanta facilidade e, não se distinguem saídas que de fato possam trazer resultados. Dizem que a inflação é quase zero - será que é verdade? Como se explica que o povo brasileiro que deveria estar mais rico está cada vez mais pobre, com salário de fome, incapaz de manter nas latas o suficiente para alimentação dos filhos? Para a saúde nem se fala – brasileiro não usa remédios, não adoece. Aqui não há preocupação com a educação, não há espaços para o sonho da casa própria, do carro, de uma vida digna. E o nosso patrimônio? Ele é cada vez menor, mas nossa dívida externa cada vez maior.
Que modelo é esse que nos torna cada vez mais pobres, desfaz de nossas empresas e patrimônio como um pássaro que se esvai entre os dedos? A corrupção campeia livre e desimpedida e o povo assiste estarrecido a impunidade e comparsidade daqueles que deveriam dar o bom e maior exemplo. Para onde vai o nosso dinheiro? Um dia talvez possamos olhar para nossos filhos, bater no peito e dizer todas as verdades que nunca ouvimos. Se o país está subindo, então estamos descendo.
 Na década de oitenta, lembro-me bem, entrei numa concessionária e saí rodando num carro zero, comprado em 24 meses, é verdade, mas paguei com o meu salário. Poucos, talvez ninguém, seria hoje capaz de tal façanha. Na verdade estamos caminhando para um modelo de pobreza no qual o menos favorecido vai perdendo sua identidade e se tornando um desesperado - sua classe é cada vez maior, alarmando a todos e engrossando cada vez mais esta parcela da população brasileira.
A classe média por sua vez está hoje dividida em três: média alta, média e média baixa. A riqueza brasileira, esta sim, é para uma minoria detentora de patrimônio cada vez maior, grandes latifundiários muitos deles responsáveis por decisões que emanam do povo. Resta um consolo: somos um povo trabalhador, capaz de superar adversidades e esperar pelo momento adequado. Há que se mudar a cultura e muitos castelos hão de sucumbir ao nosso trabalho e inteligência.
 Homens sérios também existem, que trabalham sol a sol numa labuta sem fim, mesmo sabendo que muito pouco, talvez quase nada lhes sobrará do que plantaram. È a doação espontânea, sem mácula, marcando o rosto rubro, quase sem cor do trabalhador brasileiro.  Enquanto muitos de nós, pobres rasteiros da luxuria e incompreensão suplicamos por um pedaço de vida, alguns têm vida sobrando, vida morta, sem sentimentos, fria, só deles.
O que sobra na vida tem que ser doado, repartido, dividido com os que necessitam. È aí que reside o grande segredo da convivência humana, capaz de mudar os preconceitos e educar o mundo.  Num país de alterações políticas e sociais tão profundas como as que vivemos, é quase impossível prejulgar ações e atitudes daqueles que se dizem capazes de defender o interesse da maioria. È sabido entretanto, que para sermos livres de ação e pensamento precisamos enveredar por caminhos muitas vezes indesejáveis. Mas afinal, se temos que passar por eles... É esperar prá ver. 

Obs: Matéria publicada no Jornal Vale do Aço de mai/2009

Geraldo Ferreira da Paixão
Engenheiro, professor e pós–graduado em docência do ensino superior 
e-mail: geraldoferreiradapaixao@gmail.com                                                                                              

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